Mais ritmo na colheita da safra de soja gaúcha

Mais ritmo na colheita da safra de soja gaúcha

Trabalho está atrasado até o momento em razão do estresse hídrico que atrapalhou o início do plantio, mas deve acelerar na segunda quinzena de março

Danton Júnior

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A colheita da soja deve ganhar força a partir da próxima semana no Rio Grande do Sul, segundo entidades do setor. Há um ano, nesta mesma época, o percentual das lavouras colhidas era de 8%, conforme a Emater. Na safra 2020/2021, porém, o estresse hídrico registrado no mês de novembro do ano passado retardou o plantio em muitas regiões produtoras. Apesar disso, produtores estão otimistas com a perspectiva de mais uma safra recorde.

Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), Décio Teixeira, as chuvas registradas no último final de semana foram benéficas para a oleaginosa. Com isso, as lavouras semeadas no final de outubro devem começar a ser colhidas em uma semana. Nas demais, os trabalhos começam em abril. Isso deve fazer com que a colheita se estenda até o final do próximo mês. No ano passado, 84% das lavouras já estavam colhidas na metade de abril.

Apesar do atraso, o clima é de otimismo. "As chuvas vieram na hora certa. O desempenho depois que começou a chover foi extraordinário", resume Teixeira. As últimas precipitações registraram volumes em torno de 50 milímetros, o que favorece a fase de enchimento de grãos. "Precisamos de mais uma ou duas chuvas, dependendo do estágio das lavouras, aí teremos uma safra boa", confia o dirigente. O presidente da Aprosoja acredita que a produção gaúcha poderá superar as 20 milhões de toneladas, como prevê a Conab. Ele também ressalta que as lavouras estão "limpas" e com o tratamento fúngico adequado. Quanto aos preços, que estão "acima do esperado", Teixeira observa que o Rio Grande do Sul não comercializou um grande volume antecipadamente. Entre barter e vendas antecipadas, ele calcula que o volume do grão já comercializado seja de 38%.

O diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, acredita que em duas semanas a colheita deve começar a "ganhar corpo". Rugeri diz que as condições das lavouras, em geral, são favoráveis. "Temos boas expectativas, apesar de ainda estarmos numa fase em que podem haver perdas", afirma, ressaltando que a maior parte das lavouras encontra-se em fase de enchimento de grãos. Além disso, cita que alguns produtores tiveram dificuldade no controle da buva e registros de casos de ferrugem asiática, o que foi controlado pelos agricultores. A Emater deve divulgar uma estimativa de safra durante a segunda quinzena de março.


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