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Manifesto da Apil em defesa da cadeia brasileira de lácteos critica concorrência desleal no Mercosul

Entidade reúne 40 pequenos e médios laticínios do Rio Grande do Sul e 7 mil famílias produtoras

Crise leva produtores a abandonar a atividade e colapsa indústrias | Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

A Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil), que congrega 40 laticínios e 43 associados, tendo em seus registros cerca de 7 mil famílias produtoras de leite que fornecem matéria-prima para a produção de 60% do queijo industrializado no Estado, divulgou manifesto assinado pelo presidente, Humberto Brustolin, em relação à crise na cadeia láctea, agravado pelo intenso volume das importações.

“A presente crise enfrentada pelo setor lácteo, é sem precedentes. Desde a criação da Apil (há 22 anos), não havia presenciado tal cenário de insegurança e com período tão longo, o que está afetando grandemente as pequenas e médias indústrias lácteas em nosso Estado”, afirmou. Conforme a Apil, as altas importações fazem com que as empresas tenham que baixar o preço da matéria-prima, colocando em dificuldade também os produtores de leite. A entidade reclama que Argentina e Uruguai montaram programas de estímulos e benefícios aos produtores locais, favorecendo a produção com custos menores com vantagens competitivas. “O governo brasileiro diz não poder fazer nada em respeito ao tratado do Mercosul”, criticou.

A Apil informou que a Argentina criou bonificações e recentemente suspendeu a taxa de retenção aos exportadores de produtos lácteos até o final do ano. Já no Uruguai, conforme a Apil, foi criado programa de refinanciamento dos créditos pendentes dos produtores e das indústrias de laticínios, com dois anos de carência e mais 13 anos para o pagamento. “Isso no mínimo é uma concorrência desleal, que fragiliza os produtores e as pequenas indústrias brasileiras”, diz a entidade no manifesto.

Ilusão para o consumidor

A associação observa que produtores deixam a atividade e indústrias entram em colapso e fecham as portas. “O que parece ser bom para o consumidor é apenas uma ilusão, pois, ao final, a cadeia láctea desestruturada e o produtor sem condições de reagir, acarretando numa forte elevação nos preços dos produtos lácteos, ficando o consumidor e principalmente, o governo brasileiro vulnerável ao mercado internacional.” 

A Apil defendeu que todos os elos da cadeia estejam comprometidos e unam forças para construir uma nova política nacional, mais competitiva e rentável. E pontuou que os governos tomem medidas de contenção das importações e criem programas de Estado para preservar produtores e pequenas indústrias e mecanismos de proteção dos elos mais vulneráveis, considerando a produção leiteira uma questão de segurança pública.

Correio do Povo