Medida desagrada setor de biodiesel

Medida desagrada setor de biodiesel

Entidades da cadeia criticaram decisão do governo

Patrícia Feiten

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Entidades da cadeia do biodiesel criticaram a decisão do governo federal de manter em 10% o percentual obrigatório de biodiesel adicionado ao diesel vendido nos postos em 2022. Para a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) e a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), a mudança trará desemprego e impactos ao consumidor. O governo justificou a medida como forma de segurar o preço do combustível.

Para o CEO da Ubrabio, Donizete Tokarski, a decisão levará ao fechamento de empresas, além de retirar do mercado mais de 20 mil famílias de agricultores que fornecem matéria-prima para o biodiesel. Outro efeito seria a maior dependência de diesel fóssil importado. “O Brasil importa em torno de 15 bilhões de litros por ano, e essa mudança vai fazer com que sejam importados 2,5 bilhões de litros a mais”, prevê Tokarski.

O setor rebate o argumento de que o biodiesel seja responsável pela disparada nos preços do diesel. Segundo o presidente do Conselho de Administração da Aprobio, Francisco Turra, o peso do biodiesel na composição do preço do diesel passou de 13,6% em 1º de janeiro para 13,7% em 1º de outubro deste ano. Nesse período, a participação do diesel fóssil aumentou de 47% para 56%. Para Turra, a mudança prejudicará a indústria de aves e suínos, pois reduzirá a oferta de farelo de soja, usado nas rações animais – o biodiesel é produzido a partir do óleo de soja, cujo processamento resulta no farelo. 


Correio do Povo
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