Medidas sobre lácteos importados terão pouco efeito, diz Gadolando

Medidas sobre lácteos importados terão pouco efeito, diz Gadolando

Alta de tarifas aprovada pela Camex não contempla leite em pó e muçarela, que vêm pesando mais na redução de preços pagos aos pecuaristas, segundo entidade

Correio do Povo

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As medidas anunciadas pelo governo federal para auxílio aos produtores de leite, que vêm sofrendo dificuldades em razão do aumento das importações de lácteos – principalmente da Argentina e do Uruguai –, devem trazer pouco alívio ao setor, avalia a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando). Segundo a entidade, itens que têm maior influência na queda dos preços pagos pelo litro de leite aos pecuaristas ficaram de fora das alterações anunciadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em tarifas de importação.

Na terça-feira, o pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da câmara aprovou, por um ano, o aumento de 12,8% para 18% do Imposto de Importação para três produtos lácteos adquiridos de fora do Mercosul: óleo butírico de manteiga (usado em queijos e outros processados), queijos de pasta mofada e queijos de massa macia. O órgão também decidiu anular, para 29 itens, uma decisão do governo anterior que havia reduzido em 10% a Tarifa Externa Comum (TEC) até o final de 2023. Com a mudança, esses produtos, que incluem iogurte, manteiga, queijo ralado e doce de leite, passarão a alíquotas de 10,8% a 14,4%, segundo o MDIC.

Para o presidente da Gadolando, Marcos Tang, o grande problema está na importação de produtos como leite em pó e queijo muçarela, que não foram contemplados nas medidas. “Uma vez que não se consegue mexer em leite em pó e queijo muçarela, que são os produtos que estão invadindo o nosso mercado em grande quantidade e acabando com o preço ao produtor, estamos fazendo medidas com pouquíssimos efeitos”, disse Tang.


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