Mercosul reúne técnicos para combate ao morcego hematófago nas regiões de fronteira

Mercosul reúne técnicos para combate ao morcego hematófago nas regiões de fronteira

Ações de defesa sanitária unem Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina para controle da raiva herbívora

Correio do Povo

Mapa mostra concentração de laudos na Fronteira Oeste do RS

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Técnicos de defesa sanitária que trabalham em programas de controle da raiva herbívora no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Argentina estão se unindo para concentrar ações nas regiões fronteiriças. Pela primeira vez, os profissionais dos três países se reuniram para alinhar o trabalho de combate ao morcego hematófago Desmodus rotundus, o que deve ser o embrião de uma associação para evitar perdas na agropecuária, com encontros periódicos. No Rio Grande do Sul , a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) contabiliza este ano 49 casos da doença, distribuídos em 15 regiões.  

“O morcego não conhece fronteiras. Muitas vezes temos a doença no outro lado e logo poderá ter no nosso território. Se tivermos informação de que algo está ocorrendo, podemos tentar nos antecipar para evitar que ocorra aqui”, disse o coordenador do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros da Seapi, Wilson Hoffmeister Júnior, que participou da reunião realizada em Paso de Los Libres, na Argentina, última semana.

Conforme Hoffmeister, o encontro serviu para debater métodos de trabalho, situação epidemiológica atual nos países, estratégias e ações conjuntas. Os técnicos gaúchos da área trabalham em sintonia com os dois países há alguns anos, e esta foi a primeira vez que se encontraram para alinhar o trabalho. Um dos focos iniciais será a Fronteira Oeste do Estado. “Nosso principal problema hoje é na região de Jaguari e São Francisco de Assis,  estendendo até Alegrete”, detalha Hoffmeister. 

Representante do programa de Controle da Raiva do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai (Mgap), Sebastían Chiozza ressaltou o trabalho com o Rio Grande do Sul. “A formação deste grupo agora vai ampliar a parceria. Uma cooperação tripartite de combate à raiva, gerando informações contínuas e trabalhos conjuntos”, disse.  

O coordenador do Programa de Controle da Raiva do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar (Senasa), da Argentina, Gabriel Russo, destacou a importância de melhorar o combate ao morcego hematófago nas áreas de fronteira, buscando maior integração para minimizar as perdas na agropecuária e garantir a saúde pública. “A expectativa é muito grande, de trabalhar em prol da região”, destacou Russo.

Também participaram da reunião em Paso de los Libres os médicos veterinários Augusto Scheeren, Francisco Coelho e Lutero Leal e o biólogo André Witt, da Seapi; além do coordenador do PNCRH-RS Wilson Hoffmeister Júnior; o médico veterinário Miguel Angel Sanchez, da Senasa; e Nicolás Simeto, do Mgap.

 


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