Mobilização no Taim deve durar mais 15 dias caso não sejam encontrados mais focos de gripe aviária

Mobilização no Taim deve durar mais 15 dias caso não sejam encontrados mais focos de gripe aviária

Reserva Ecológica foi interditada na última sexta-feira, após 60 aves serem encontradas mortas

Angélica Silveira

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Agentes da Secretaria de Agricultura do Estado e do ICMBio, órgão responsável pela Reserva Ecológica do Taim, seguem com o trabalho de fiscalização e monitoramento visando encontrar novos focos de gripe aviária. A Reserva segue interditada.

A fiscalização da Secretaria de Agricultura do Estado já visitou todas as 80 propriedades privadas que fazem limite com o Taim, em um raio de 10 km de onde foi encontrado o foco da doença na última semana. Para o trabalho estão sendo usados quatro drones, cinco equipes da Vigilância, oito viaturas, um barco (em uma parceria com a Patram) e um helicóptero da Brigada Militar. Todas as 60 aves encontradas no foco da doença foram queimadas e enterradas.

"Caso não seja encontrado nenhum novo foco o trabalho deve durar mais 15 dias pelo menos, com toda a equipe de 21 pessoas", disse o Diretor Adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria Estadual de Agricultura, Francisco Paulo Nunes Lopes. Também estão sendo distribuídos cartazes e folders para explicar a situação à população e comércios locais.

Na sede administrativa da Estação há um espaço para a desinfecção de veículos e de pessoas que chegam de áreas de possível contaminação. As pessoas só têm contato com aves vestindo macacão, luvas e outros equipamentos de proteção específicos. O ICMbio também monitora a situação. Conforme o analista ambiental do órgão Magnus Machado Severo a mobilização constante começou antes mesmo da chegada do vírus no Uruguai. "Já tínhamos uma rotina de monitoramento nas áreas naturais da Estação. Nesta rotina que foram identificadas carcaças de animais mortos e imediatamente acionamos os protocolos sanitários", conta.

A suspeita é que o vírus tenha chegado dos animais que migram do Uruguai. "A fiscalização do ICMBio acontece pelo posicionamento das aves, o que chamamos de área de distribuição", explica. "Estamos usando todos os meios possíveis", garante.

“A alimentação, carne e ovos seguem sendo seguros para o consumo, não representando risco, pois aves comerciais têm a segurança que evita o contato com aves silvestres”, afirma Lopes. “A interdição só irá terminar quando não encontrarmos mais carcaças ou animais doentes”, garante. 

A gripe aviária é o assunto na região, mas não mudou a rotina dos moradores das proximidades. “Isto apareceu aqui, mas não tenho medo e sigo trabalhando. Vejo o movimento normal, pois as autoridades já estão fazendo o que tem que fazer”, diz o trabalhador de serviços gerais Valdones Barbosa Correia, de 38 anos. 

“A movimentação segue normalmente. Ficamos preocupados que a doença comece a se espalhar para as pessoas. Eles vieram orientar, esclarecer as dúvidas e colar um cartaz”, relata Gabriel Barros, filho do proprietário de um posto de combustível localizado a aproximadamente seis quilômetros do TAIM. 

O metalúrgico Daniel Anderson da Silva se preocupa com o filho de onze meses. “Fico com medo por ele. Eu tinha nove galinhas e seis morreram em pouco tempo”, relata. “É bom sempre tirar dúvidas”, observa. 

Lopes orienta que se qualquer pessoa que encontrar aves mortas ou doentes deve acionar a Inspetoria Veterinária, ou mandar um WhatsApp para o número (51) 984452033 ou um e-mail para  notifica@agricultura.rs.gov.br “A gripe aviária pode passar para pessoas caso tenham contato com aves mortas ou fezes de animais doentes”, afirma. 


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