Momento político atinge encomendas de máquinas

Momento político atinge encomendas de máquinas

Indústria de equipamentos agrícolas reporta cancelamento de pedidos feitos pelos produtores para 2023, mas crê em melhora

Camila Pessôa

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A incerteza sobre as ações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assume no dia 1<SC120,176> de janeiro, provocaram cancelamentos de pedidos de máquinas agrícolas encomendadas pelos produtores à indústria em 2023. A situação, que já havia sido relatada pelo presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, na semana passada, foi confirmada pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier. O Estado responde por cerca de 60% das máquinas e implementos agrícolas fabricadas no Brasil.

“Exatamente pelo fato de o pessoal ter cancelado as programações a gente não sabe como vai ficar. Eu tenho esperança que com a grande safra que se desenha nós vamos vender bastante novamente, mas esse é um desejo, ainda é cedo para dizer”, disse Bier. O dirigente também menciona que as expectativas podem mudar à medida que forem indicados os ministérios e ministros. Uma boa perspectiva que se desenha, na opinião dele, é a da volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). “Quando (o MDA) existiu nos ajudou muito, porque o pequeno agricultor não tinha acesso e o MDA proporcionou esse acesso a máquinas agrícolas, então acabamos vendendo bastante”, comentou.

Bier acredita que a falta de recursos no Plano Safra não impactou de maneira significativa o setor de máquinas. “Atrapalhou muito pouco, claro que se tivesse um plano safra maior nós teríamos mais verba”, comenta. O último levantamento publicado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicou que, em outubro, a comercialização deste tipo de bem cresceu 2,8% em comparação ao mês de setembro, o que representou a venda de 6,8 mil unidades. O percentual, aponta a entidade, é 9,4% superior ao de outubro do ano passado. 

Apesar dos percalços e da incerteza futura, Cláudio Bier afirma que o segmento de máquinas e implementos agrícolas deve fechar com crescimento, inclusive levando em consideração a safra recorde de grãos, prevista pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para todo o Brasil, de 312 milhões de toneladas.

 


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