MP deflagra operação contra ex-diretor suspeito de lavar dinheiro da Cosulati

MP deflagra operação contra ex-diretor suspeito de lavar dinheiro da Cosulati

Com apoio da Brigada Militar, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Pelotas e em Capão do Leão

Correio do Povo

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Uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrada na manhã desta sexta-feira, resultou no cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em quatro endereços em Pelotas e em um estabelecimento comercial em Capão do Leão.  Um ex-diretor da Cooperativa Sul Rio Grandense de Laticínios (Cosulati) foi o principal alvo da ofensiva, que teve apoio da Brigada Militar. O bloqueio dos imóveis soma R$ 60,7 milhões e decorre da investigação sobre supostos crimes de apropriação indébita, estelionato e lavagem de dinheiro em prejuízo. 

Em nota, a Cosulati, em liquidação, em nome de seus cooperados e representada por seu liquidante Almir Fernando Miguel Mendonça, manifestou-se formalmente sobre a Operação Tambo. Segundo o texto, as análises internas realizadas desde 2018 demonstram que “os indícios de fraudes causaram prejuízos irreparáveis a cooperativa”, à frente da qual o gestor investigado esteve à frente até 2016. O material ressalta que o objetivo da atual gestão é oferecer produtos de alta qualidade aos consumidores, ressarcir os cooperados dos danos sofridos e honrar os compromissos com fornecedores. “Temos certeza que o trabalho que ainda tem a ser feito é árduo, mas  com apoio de toda a comunidade gaúcha retornaremos nossa produção para atendermos nossa comunidade”, finaliza a nota. Atualmente, a cooperativa conta com cerca de 2,5 mil cooperados e mantém 45 funcionários atuando na fábrica, no setor administrativo e nas portarias. 

Segundo informações do coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)-Núcleo Região Sul, Rogério Meirelles, a investigação começou há três anos a partir de representações protocoladas no MPRS que teriam apontado para uma suposta apropriação de valores da cooperativa por um ex-diretor-presidente. Ele teria permanecido à frente da cooperativa até o desencadeamento de um processo de liquidação extrajudicial.

Após criação de uma comissão voltada a pesquisar os motivos que levaram ao quadro financeiro da empresa, os dados teriam indicado que a gestão do ex-diretor teria contribuído para o quadro de endividamento. A apuração teria apontado que o ex-dirigente teria deixado a cooperativa com prejuízo superior a R$ 60 milhões. No período, além de acumular dívidas, ele destinou valores da empresa para pagamentos de despesas particulares e de seus familiares, depósitos em sua conta bancária pessoal ou repassados a empreendimentos da família. Em um dos negócios que teria envolvido estabelecimentos do qual o homem e seus parentes eram sócios, a cooperativa teria pago por 1.710 vacas da raça holandesa, mas só recebeu 816 animais.


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