MPF determina que Angus inclua participação de outras raças em rótulos de produtos certificados

MPF determina que Angus inclua participação de outras raças em rótulos de produtos certificados

Informação sobre genética cruzada, acessível via QR-Code, agora, também está descrita em texto

Itamar Pelizzaro

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A Associação Brasileira de Angus passou a descrever a participação de outras raças na composição dos cortes chancelados pelo Programa Carne Angus Certificada. A mudança atende a um acordo realizado pela entidade, no âmbito do Ministério Público Federal (MPF), após a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) entrar com representação pelo "não reconhecimento" da genética zebuína na composição da carne. 

“O novo selo está pronto e já está circulando. Os frigoríficos associados ainda podem utilizar as embalagens antigas, mas já estão instruídos para a mudança”, assegura o presidente do Comitê Gestor do Programa Carne Angus Certificada da Angus, Nivaldo Dzyekanski. O dirigente explica que as informações já estavam presentes nos QR-Code utilizados nas embalagens, mas detalha que, agora, passaram também a constar no seguinte texto: "Produzida de acordo com o protocolo Angus, contendo no mínimo 50% de sangue Angus e suas cruzas”. 

Segundo o MPF,  sem a especificação das cruzas nas embalagens, o consumidor poderia pensar estar adquirindo carne 100% Angus, quando, na verdade, a composição média da carne comercializada no mercado brasileiro chega a 57% de genoma Angus e 43% de genoma Nelore (raça de gado zebuíno), segundo os estudos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) que constam dos autos. 

O MPF evocou também instrução normativa do Ministério da Agricultura (Mapa), cuja determinação é não veicular dados que “possam tornar as informações falsas, incorretas, insuficientes ou que possam induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão ou engano em relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo ou qualidade” do produto adquirido. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895