Na colheita, arrozeiros vão detectar efeitos da seca

Na colheita, arrozeiros vão detectar efeitos da seca

Irga admite perdas, inclusive pelo abandono de lavouras, mas entende que os cálculos corretos dependem do avanço das máquinas no campo

Nereida Vergara

Programação da Abertura da Colheita segue até hoje na Embrapa Terras Baixas

publicidade

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) admite preocupação com os efeitos que o estresse hídrico vai causar na cultura do grão em algumas regiões do Estado, mas entende que ainda não há condições de estabelecer qual é o tamanho das perdas decorrentes da estiagem. Esta quinta-feira, segundo dia da 32ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, na Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, o presidente da autarquia, Rodrigo Machado, disse que é prematuro fazer previsões de perdas neste momento, quando apenas 12 mil dos 957,1 mil hectares de arroz cultivados estão colhidos.

Machado reconheceu, porém, que há regiões em situação problemática devido ao estresse hídrico. É o caso da Fronteira Oeste, onde pelo menos 21 mil hectares de arrozais foram abandonados por impossibilidade de irrigação. Nos municípios da região, foram implantadas cerca de 280 mil hectares de lavouras, sendo que, além das áreas abandonadas, pelo menos mais 29% dos plantios sofrem com a falta de água. “Sabemos que a perda vai ocorrer, mas ainda é difícil quantificá-la e queremos fazer isso com precisão quando a colheita avançar”, pontuou.

O presidente do Irga destacou que na Depressão Central, onde o plantio ficou em torno dos 130 mil hectares, ocorreu o abandono de 3,8 mil hectares por causa da estiagem e 20% da área restante tem enfrentado problemas de irrigação. Na Campanha, com semeadura de 135 mil hectares, o abandono chegou a pelo menos 1,2 mil hectares.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou, durante reunião da Câmara Setorial do Arroz, na quarta-feira, que no momento a perda estimada para a cultura ronda os 11%.

No total, o Rio Grande do Sul cultivou 957,1 mil hectares de arroz neste ciclo, 1,3% a mais do que na safra passada. Segundo a diretora técnica do Irga, Flávia Tomita, a extensão denota estabilidade no plantio do grão no Estado. Já a área da cultura da soja em rotação com o arroz foi ampliada em 8,7% e chegou a 398,2 mil hectares.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895