Novos casos de gripe aviária na Argentina elevam preocupação

Novos casos de gripe aviária na Argentina elevam preocupação

País já contabiliza 12 casos confirmados

Camila Pessôa

Ações de comunicação reforçam cuidados

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O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina confirmou nesta quinta-feira (23) um novo caso de influenza aviária em aves domésticas na província de Córdoba, o que faz com que o país tenha um total de 12 casos no momento. O primeiro caso da doença na Argentina foi divulgado em 15 de fevereiro e novas infecções aumentam preocupações com a possibilidade de surgimento de casos no Brasil, país que se mantém livre da doença. 

A crescente preocupação com o tema mobilizou o setor a buscar a adoção de medidas de biosseguridade nas granjas que ainda estão irregulares por meio de uma campanha lançada nesta semana pelo Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa). A medida consiste em três áudios veiculados em rádios locais nas principais regiões produtoras do Estado, o Vale do Taquari, a Serra e o Alto Uruguai, segundo o presidente do Fundesa, Rogério Kerber. “A avicultura no Rio Grande do Sul se caracteriza por ter uma região bem definida. Estamos alertando os avicultores para que adotem as medidas de biosseguridade porque esta é uma doença que limita os mercados internacionais, além de ter outras complicações” ressalta ele.

Esta é uma medida que vinha sendo solicitada pela Organização Avícola do Estado do Rio Grande do Sul (O.A.RS) há mais de um mês, de acordo com o presidente da entidade, José Eduardo dos Santos. Mas, para ele, é necessário que as medidas sejam divulgadas em rádios de todo o Estado, uma vez que há criadores em todas as regiões. “As granjas têm que adotar as medidas de biosseguridade exigidas por lei e estar sempre sob fiscalização”, reforça, ao ressaltar que os estabelecimentos que não estiverem em conformidade com essas medidas podem sofrer punições com, inclusive, o acionamento do Ministério Público. Ao mesmo tempo, Santos afirma que a maioria das granjas gaúchas já está em conformidade com os requisitos de segurança.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação (Seapi) também reforçou medidas de biosseguridade a serem tomadas pelos produtores por meio de nota divulgada nesta sexta-feira (24) com medidas voltadas aos produtores e criadores de aves de subsistência (fundo de quintal).

As ações recomendadas são:

  • Revisar as telas, passarinheiras, portões e cumeeiras dos galpões;
  • Proteger fontes, caixas d’água e silos de ração do contato com aves de vida livre;
  • Desinfecção de veículos na entrada e saída (atenção para a correta diluição conforme recomendação na bula);
  • Realizar a troca de roupas e calçados para ingressar na unidade produtiva;
  • Não permitir a entrada de pessoas alheias ao processo produtivo nas granjas;
  • Criações de aves com acesso a piquetes ou pátios: recomenda-se o fechamento das aves em galpões ou galinheiros e a proteção de bebedouros e comedouros para que seja evitado o contato com aves de vida livre;
  • Comunicar imediatamente a Inspetoria de Defesa Agropecuária (IDA) em caso de ocorrência de alta mortalidade (maior ou igual a 10% em 72 horas) ou da identificação de aves com sinais respiratórios, neurológicos ou digestórios.
  • Orientações à população
  • Não manipular nem recolher as aves mortas ou moribundas;
  • Adquirir aves somente em casas agropecuárias devidamente autorizadas;
  • Comunicar imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial a ocorrência de aves com sinais respiratórios, neurológicos, digestórios ou alta mortalidade, inclusive em aves silvestres. 

A Seapi reforçou, ainda, que casos suspeitos devem ser comunicados diretamente à  Inspetoria de Defesa Animal (IDA) por meio do WhatsApp de número (51) 98445-2033. “A comunicação imediata de ocorrências suspeitas permite ao SVO a aplicação de medidas de contingência, evitando a disseminação da doença em caso de ingresso no país”, diz a nota.


Correio do Povo
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