Operação atrasa chegada de cargas

Operação atrasa chegada de cargas

Auditores fiscais tentam pressionar o governo federal por reajuste de salários

Patrícia Feiten

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A operação padrão da Receita Federal, iniciada em dezembro, está trazendo dificuldades para agroindústrias de frango no Estado. De acordo com a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), a medida vem atrasando a liberação de caminhões com grãos nas fronteiras com a Argentina e o Paraguai. Em razão da quebra da safra gaúcha de milho, causada pela estiagem, as empresas do setor aumentaram a importação do cereal dos dois países nos últimos meses.

Com a operação padrão, os auditores fiscais tentam pressionar o governo federal por reajuste de salários e realizam uma fiscalização mais rigorosa de produtos e documentos nos postos de controle. Segundo o presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, algumas indústrias relatam demora de quatro a cinco dias para liberar os caminhões, o que eleva os custos e pode comprometer a produção de alimentos – o milho é o principal componente das rações.

No ano passado, o setor importou 2,5 milhões de toneladas de milho. Desse total, 700 mil vieram da Argentina e do Paraguai e o restante foi adquirido de estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná, relata Santos. Para este ano, a estimativa da Asgav é que 3,5 milhões sejam compradas fora do Rio Grande do Sul. “São cargas destinadas à produção de alimentos, não podemos ter esse fator complicador de morosidade”, reclama o executivo.


Correio do Povo
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