Operadores analisam novas rotas

Operadores analisam novas rotas

O superintendente do Portos RS percorreu terminais portuários em Rio Grande

Nereida Vergara

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O conflito entre a Rússia e a Ucrânia pode alterar as rotas de compra de insumos agrícolas que entram no Rio Grande do Sul pelo Porto de Rio Grande. Nesta quarta-feira, o superintendente do Portos RS, Fernando Estima, percorreu terminais portuários em Rio Grande, entre os quais os de contêineres e os de fertilizantes, para conversar com as empresas e ver como é possível reagir caso a guerra na Europa se prolongue. Estima lembrou que 25% do fertilizante consumido no mundo provêm de empresas sediadas na Rússia e em Belarus, sendo que, apenas em 2021, destas origens, chegaram ao Estado 20 navios com o insumo, com 753 mil toneladas.

“É importante lembrar que o Portos RS quer colaborar com o Estado e com as empresas para garantir o fornecimento de fertilizantes, o plantio da próxima safra de verão e a segurança alimentar, não se trata de questão meramente logística”, afirmou Estima. 

Alguns possíveis mercados de onde o Estado poderia organizar rotas de navios para obter fertilizantes, conforme o superintendente, são o Canadá, a Turquia e o Marrocos. “Mas ainda. Não se sabe a que tempo e a que custo vai se conseguir fazer isso”, alertou, admitindo que a guerra pode impactar tanto nas rotas como nos fretes marítimos.

A paralisação financeira da Rússia em consequência das sanções adotadas por muitos países, observou Estima, é outro ponto que está demandando atenção dos portos. Trades que operam com bancos russos, segundo ele, já começam a buscar instituições fora do sistema bancário daquele país para realizar suas transações. “O que nos tranquiliza, por enquanto, é que Estado tem estoque de fertilizantes até maio, o que vai assegurar o plantio da safra de inverno. E também a esperança de que as negociações diplomáticas terminem com o combate em breve”, concluiu.


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