Oscilações climáticas provocam queda na colheita do arroz e preocupa produtores em Nova Santa Rita

Oscilações climáticas provocam queda na colheita do arroz e preocupa produtores em Nova Santa Rita

Excesso de chuva, vento e temperaturas altas são apontados como os responsáveis pela diminuição da colheita nas lavouras

Fernanda Bassôa

As chuvas de novembro atrasaram a semeadura e mais de 300 hectares, dos 4,5 mil hectares, não foram utilizados

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Devido os longos períodos de seca que precederam o excesso volume de chuva durante os 12 meses de 2023 fizeram com que os números da produção de arroz em Nova Santa Rita fossem impactados de forma significativa. O cálculo de quanto será a perda das lavouras de 2024 ainda é levantado junto aos produtores rurais e a Emater. O município conta com uma área de 4,5 mil hectares plantados, sendo de 3,7 mil hectares de arroz tradicional e 800 hectares de orgânico.

Até agora, cerca de 30% da área semeada já foi colhida. O término dos trabalhos é estimado para o final de maio. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater, Igor de Bearzi, o atraso dos trabalhos se deve ao plantio tardio, em decorrência dos fatores climáticos. “Normalmente, a colheita ocorria entre os meses de março e abril. Se compararmos com ano passado, tivemos uma diminuição nas lavouras. São cerca de 200 hectares a menos.”

Ele explica que a média histórica de produtividade é 100 sacas para o orgânico e 160 para o convencional. “Neste ano, as perdas acentuadas na produtividade são em decorrência de fenômenos climáticos. As chuvas de novembro atrasaram a semeadura e mais de 300 hectares, dos 4,5 mil hectares geralmente utilizados na cultura no município, não foram utilizados, pois as janelas de plantio foi perdida.”

Segundo o engenheiro, temperaturas acima de 35 graus afetam a formação dos grãos, quando registradas no momento de florescimento do arroz, o que aconteceu durante o último período. “Tivemos uma das maiores enchentes dos últimos 70 anos. A colheita será muito impactada.” O agricultor Marcos Kraeski diz que, com plantação de arroz convencional, foi registrada uma perda de 10% a 15%. “Os números são comparados com a safra do último ano. Hoje, estou retirando de 150 a 170 sacas do grão, por hectare”.

As lavouras de arroz, embora necessitem de água, quando chove em excesso na semeadura, o produtor não consegue preparar o solo, não consegue realizar o plantio e, consequentemente, no momento da colheita, o que foi plantado tem perdas na produtividade e na produção. “Nós tivemos uma das maiores enchentes dos últimos 50 anos, a colheita está muito diluída. O cenário é atípico em todo Estado”, frisa o conselheiro do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Silvio Lopes, que também é representante dos arrozeiros no município de Nova Santa Rita.


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