Ovinos cumprem quarentena antes de voltar para Santa Catarina

Ovinos cumprem quarentena antes de voltar para Santa Catarina

Animais que participaram da Expointer Digital 2020 e que foram comercializados para o estado ficarão em Cruz Alta até 31 de outubro. Medida visa evitar transmissão do vírus da Febre Aftosa

Taís Teixeira

Os 32 animais de cinco raças diferentes aguardam permissão de entrada no estado

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Os ovinos de cabanhas catarinenses que participaram da Expointer Digital 2020 e os que foram comercializados para Santa Catarina estão em quarentena na Cabanha Da Divisa, em Cruz Alta, desde o dia 3 de outubro. São 32 animais, 18 fêmeas e 14 machos, das raças Corriedale, Corriedale NC, Texel, Texel NC e Suffolk, que deverão ser submetidos à coleta sorológica para testar se há a presença do vírus da Febre Aftosa, já que os ovinos, embora não desenvolvam a doença, são suscetíveis e transmissores virais. A medida cumpre a Portaria 22/2020, criada por Santa Catarina, que regulamenta a transição de animais fora do território catarinense, já que é o único estado brasileiro com reconhecimento internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação.

O presidente da Associação Brasileira de Ovinos Naturalmente Coloridos (Abconc) e proprietário da Cabanha da Divisa, Ramiro Cerutti Oliveira, explica que os animais estão isolados e sem contato com o rebanho da cabanha, sendo que três deles são de fazendas gaúchas e foram vendidos durante a feira para criadores catarinenses. O dirigente comenta que ofereceu hospedagem gratuita como reconhecimento aos ovinocultores que aceitaram o convite e vieram para a Expointer Digital. “Os exames e as despesas são dos proprietários, mas o espaço e toda a responsabilidade é minha”, destaca. Oliveira conta que até essa terça-feira a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) não tinha emitido autorização para a coleta de sangue dos animais. 

Ramiro é quem está abrigando os ovinos neste período. | Foto: Janette Terezinha Cerutti De Oliveira

O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Fernando Groff, afirma que o Rio Grande do Sul tem reconhecimento nacional, situação que deve vigorar até maio de 2020, prazo previsto para a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) conceder a certificação internacional de evolução do status sanitário. “Com o reconhecimento da OIE, essa portaria não será mais válida no Estado, já que estaremos nivelados com Santa Catarina”, explica. O Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) vai fazer a coleta de sangue, vistoria e embarque dos animais. A quarentena é de 28 dias e deve terminar, a contar do dia 3, em 31 de outubro.

Animais ficarão quase um mês na Cabanha. | Foto: Ramiro Cerutti Oliveira


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