Uma das atrações da 17ª Fenasul e da 44ª Expoleite, que ocorrem até domingo, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, o Pavilhão da Agricultura Familiar reúne neste ano 32 agroindústrias de alimentos. De doces, bebidas, pães e biscoitos a queijos e embutidos, o espaço destaca empreendimentos familiares estabelecidos em diferentes regiões do Rio Grande do Sul.
Estreante no evento, o produtor Roberto de Oliveira, da Laticínios Estrelat, de Estrela, exibe em seu estande na feira não apenas o doce de leite da marca, mas também os prêmios conquistados pela guloseima, como a medalha de ouro no 6° Concurso Estadual de Queijos e Doces Artesanais da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL) no ano passado. Oliveira trouxe para a feira 500 potes do item, oferecido em embalagens de 170 e 420 gramas e vendido também em uma maleta-presente contendo um pão-de-mel e uma colherinha. “A gente está vendo que provavelmente vai faltar produto”, disse o empreendedor, satisfeito com o fluxo de compradores.
Com mais de 50 anos de atividade, a propriedade rural de Oliveira é a única do Estado a elaborar doce à base de leite tipo A – a certificação na categoria foi obtida em 2019. Segundo Oliveira, a fazenda mantém atualmente 87 vacas em ordenha e produz 2,5 mil litros de leite por dia parte. Do total, 1,5 mil são utilizados na fabricação do doce. “A gente foca muito as feiras e tem, em todo o Estado, 38 pontos de venda, como casas especializadas em produtos premium”, explica o produtor, que também faz vendas diretas na própria agroindústria.
Natal Comin, da Laticínios Pipo, trouxe 300 quilos de queijos coloniais, nas versões tradicional, temperado, maturado ao vinho e maturado por 60 e 90 dias. Foto: Mauro Schaefer/CP.
Também em sua primeira participação da Fenasul, Natal Comin, da Laticínios Pipo, de Nova Roma do Sul, apresenta no evento sua linha de queijos, que inclui o tradicional colonial, os temperados com orégano, salame, tomate seco e pimenta e uma variedade maturada ao vinho. No total, o produtor trouxe para a feita um estoque de 300 quilos de peças. O destaque fica por conta dos itens maturados por 30 e 90 dias, que em janeiro deste ano conquistaram o selo Queijo Artesanal. A certificação possibilita a comercialização do item em todo o país. “Os maturados são o nosso foco agora”, comentou Comin.
Há três anos, ele administra a agroindústria criada por seus pais há duas décadas. Do leite processado na unidade, 90% vem do tambo próprio, que gera em torno de mil litros por dia. “Estamos expandindo e criando novos produtos”, disse Comin.
Oficina leiteira
Para quem busca conhecimento técnico, a programação da 17ª Fenasul e da 44ª Expoleite destaca as Oficinas de Gado Leiteiro do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS). Desde o início da feira, a instituição vem realizando três oficinas diárias, voltadas a estudantes de escolas agrícolas e de cursos de ciências agrárias, além do público em geral.
Segundo o veterinário e instrutor do Senar Claudio Ribas Rocha, a partir de demonstrações usando exemplares bovinos cedidos por expositores da feira, as oficinas são focadas na avaliação física dos animais, que inclui aspectos como estatura, força, profundidade corporal e composto de úbere. “Mostramos a importância desses quesitos na avaliação de um animal, visando à maior capacidade produtiva e aliando a isso a questão de longevidade. Ou seja, condições que vão fazer com que esse animal permaneça mais tempo na propriedade, gerando mais terneiras, e se torne rentável”, destacou Rocha.
Exposição de coelhos
Embora as principais estrelas da 17ª Fenasul e da 44ª Expoleite sejam as vacas leiteiras, o evento também reserva espaço para pequenos animais. Dentro do Pavilhão do Gado Leiteiro, os visitantes podem conferir a exposição promovida pela Federação das Associações Rio-grandenses de Criadores de Coelhos (Farco). O espaço apresenta 159 exemplares de todos os portes – dos minicoelhos e anões aos chamados coelhos gigantes, com peso médio de 8 quilos.
Segundo o criador Vitor Costa, da Cabanha São Nunca, de Araricá, vem crescendo o interesse pelo coelho como animal de estimação. “Seis, sete anos atrás, eu não acreditava na linha pet e, hoje, tem um mercado bem grande”, afirma o criador, que atende lojas, mas vende a maior parte da produção diretamente a clientes na cabanha. As raças mais comercializadas atualmente, explica Costa, são o Mini Lop Uruguaio, o Netherman (coelho anão) e o Rex Miniatura, e os preços dos animais variam de R$ 300 a R$ 600.
Patrícia Feiten