Peão vira testemunha de transformações de feiras agropecuárias
Luiz Pedro Maidana participa de eventos desde 1962
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Só os deslocamentos da Fronteira à Capital, para as feiras no bairro Menino Deus, feitos de trem e depois de caminhão, chegavam a levar três dias. Os peões vinham com a obrigação de zelar pela segurança e pela saúde dos animais. Maidana conta que, naquela época, era comum dormir junto aos animais pelos quais era responsável — no caso dele, ovelhas da raça Merino Australiano — para evitar roubos e sabotagem. “Tinha concorrentes que viam que a gente trazia bicho bom, que ia ser campeão, aí colocavam coisas na comida do animal pra ele passar mal”, lembra.
Aposentado há sete anos, Maidana pretende continuar prestando serviços à Cabanha Santa Camila, de Alegrete, da qual foi funcionário por mais de 30 anos, e a quem mais se interessar na sua experiência como peão e esquilador. “Venho enquanto eu puder, nesta e em outras feiras, pois este trabalho complementa o que eu ganho na minha aposentadoria, pouco mais de R$ 1 mil”, comenta.
Hoje, os peões que trabalham na Expointer dispõem de uma área de acampamento com banheiros e chuveiros quentes. Maidana e seus companheiros, que nesta edição cuidam de 10 ovelhas, entre as quais a grande campeã do ano passado, montaram barraca com cozinha e local para dormir. “Agora é melhor, não se passa frio e se pode dormir em paz”, compara.