Pecanicultores buscam ampliar exportações

Pecanicultores buscam ampliar exportações

Cadeia produtiva da noz-pecã mobiliza-se, em Encruzilhada do Sul, para aumentar a qualidade dos frutos e impulsionar os embarques

Thaise Teixeira

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Acadeia produtiva da noz-pecã do Rio Grande do Sul mobiliza-se, nesta semana, para fomentar a qualidade da safra e ampliar a participação da produção brasileira no mercado externo. Os objetivos integram o Encontro Nacional da Pecanicultura, o ENAPecan 2023, que ocorre quinta (23) e sexta-feira (24), em Encruzilhada do Sul. Organizado pelo Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan) e por Embrapa; Emater/RS-Ascar; Secretaria da Agricultura (Seapi), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e prefeitura municipal, o evento ocorrerá no Centro Cultural Divina Providência e contará com visita à Pecanera Brasil. “Somos um setor pequeno. Para crescer, teremos de ter um fortalecimento muito grande, o que passa por uma união forte”, pontua o presidente do IBPecan, Eduardo Basso. A abertura oficial deve contar com a presença de autoridades e está marcada para às 13h30min. 

De acordo com o dirigente, o Rio Grande do Sul responde por entre 65% e 70% da safra brasileira de noz-pecã, estimada, em 2023, em 7 milhões de quilos. “Estamos falando de 5,17 milhões de quilos neste ano e de uma exportação que, em 2022, ficou em 600 mil quilos”, explica. Os maiores clientes do produto embarcado com casca são a Tailândia, o Líbano e a China. Já os compradores da noz-pecã sem casca estão na Espanha e nos Emirados Árabes. “Temos potencial para crescer no Canadá e em outros países da Europa”, projeta.

A razão do interesse no mercado externo está na valorização do produto brasileiro. “Este ano, a pecan com casca (preço Cif - frete pago pelo exportador e incluso no preço da mercadoria) rendeu, em média 4,10 dólares o quilo (em torno de R$ 20). No mercado interno, a média é R$ 14/kg”, explica Basso. Por isso, lembra Basso, vários produtores investem na melhoria de qualidade, em novas máquinas, na secagem e na conservação dos frutos em câmaras frias. “O Brasil exporta noz-pecã há três anos, mas verificamos uma profissionalização marcante do setor nos últimos seis anos”, avalia.

O Rio Grande do Sul é o único estado que exporta noz-pecã. Neste ano, 4.390 hectares foram cultivados, distribuídos em 221 municípios, com produtividade de 1.177 quilos por hectare. A maior parte da safra destina-se ao mercado nacional, especialmente para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O ENAPecan também será palco para troca de informações sobre outros tópicos, como mudas, cultivares, colheita, pós-colheita, processamento, conservação, armazenagem, irrigação, fertilidade, adubação, poda, desbaste, raleio, manejo e o Programa Nacional de Cadeias Agropecuárias Descarbonizadas (Carbono + Verde). 

 


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