Pesquisa revela perfil da atividade agropecuária em comunidades quilombolas

Pesquisa revela perfil da atividade agropecuária em comunidades quilombolas

Resultados preliminares revelam informações sobre 3 regiões

Correio do Povo

Divulgação dos primeiros resultados ocorreu nesta quarta-feira

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A Secretaria da Agricultura (SEAPDR) e a Emater-RS/Ascar estão divulgando uma pesquisa que traça o perfil das comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul. Os primeiros resultados, referentes a 32 comunidades nas regiões de Porto Alegre, Caxias do Sul e Lajeado, foram levados à público nesta quarta-feira e revelam que em 58% das comunidades há famílias que comercializam sua produção agropecuária, por meio de diferentes canais de venda: 37% com vizinhos e conhecidos, 21% com atravessadores e 16% na feira. Além disso, as produções que mais apareceram na pesquisa são as hortaliças (citadas por 75% das comunidades), frutas (69%), mandioca (66%), batata doce (62%), milho (56%) e feijão (56%). Na produção animal, os produtos que mais aparecem são ovos (citados por 72% das comunidades), suínos (66%), aves corte (62%), gado de leite (44%), gado de corte (41%) e apicultura (31%).

A pesquisa é intitulada “Comunidades Remanescentes dos Quilombos Certificadas do Rio Grande do Sul: diagnóstico social, econômico e produtivo”e identificou que as principais necessidades desses grupos são a distribuição de água e coleta pública de lixo. De acordo com a pesquisadora do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Seapdr Denise Reif Kroeff, outra questão que se destacou nas pesquisas é que todas as comunidades têm grupos e associações. “Isso mostra uma organização”, comenta Denise.

A pesquisa envolveu 10 técnicos com formações multidisciplinares e seu objetivo foi fazer um diagnóstico social, econômico e produtivo das comunidades remanescentes de quilombos do Rio Grande do Sul. Nela, os pesquisadores contataram e fizeram perguntas diretamente às pessoas quilombolas. Ao todo foram entrevistadas 774 pessoas nos 67 municípios do Estado onde estão as 130 comunidades certificadas pela Fundação Cultural Palmares. Estas são as primeiras comunidades contempladas pela divulgação de resultados, que vai até 9 de dezembro. 


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