Preço do feijão cai para o produtor no Rio Grande do Sul

Preço do feijão cai para o produtor no Rio Grande do Sul

Segundo a Emater/RS-Ascar, recuo ocorre em razão da entrada no mercado do grão de segunda safra, cuja colheita se encerrou em junho

Patrícia Feiten

Saca de 60 quilos teve cotação reduzida em mais de 6% em uma semana

publicidade

O preço médio da saca de 60 quilos do feijão no Rio Grande caiu 6,7% na semana passada na comparação com a semana anterior, passando de R$ 243,33 para R$ 227,00, aponta o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar de 7 de julho. Na comparação com a cotação de 9 de junho, de R$ 236,36, a redução foi de cerca de 4%. Segundo o agrônomo e extensionista da Emater Elder Dal Prá, um dos motivos para a queda é a maior oferta de produto no mercado, já que a colheita da segunda safra da leguminosa foi concluída em junho. 

Apesar da redução na área de cultivo da segunda safra no Estado, para 20.290 hectares, Dal Prá estima que a produtividade da cultura fique em torno de 1.490 quilos por hectare. “Foi uma boa safra, com exceção de algumas regiões, que, no período de colheita, tiveram excesso de precipitação”, avalia. Os preços do feijão também são influenciados pela expectativa de maior produção em nível nacional, observa o agronômo. Publicado na semana passada, o 10º Levantamento da Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê um total de 3,1 milhões de toneladas da leguminosa, com destaque para o cultivo da segunda safra, que deve somar 1,4 milhão de toneladas no país, um avanço de 26% em relação ao ciclo anterior. Ainda segundo a Conab, o volume total de feijão colhido no Rio Grande do Sul na safra atual será de 57,9 mil toneladas, contra as 84,9 mil toneladas do ano passado, somando as duas datas de plantio.

Em razão desse aumento, a Conab estimou um crescimento de cerca de 10% nos estoques finais de feijão, explica Dal Prá. A safra atual deve se encerrar com estoque de passagem de 278,3 mil toneladas, conforme a companhia. No mercado gaúcho, a demanda deve influenciar os preços. “Se os consumidores continuarem com um ritmo de compra adequado, a gente tem uma tendência de estabilização. Se isso não ocorrer, o preço pode diminuir (mais), com a oferta maior”, diz o extensionista. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895