Preços do arroz reaquecem em junho

Preços do arroz reaquecem em junho

Média para o mês foi de R$ 72,66 por saco de 50 quilos

Camila Pessoa*

Com volta das exportações, tendência é de aumento de preços no segundo semestre

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Entre 27 de junho e 4 de julho o preço do saco de 50 quilos do arroz em casca aumentou 1,1% no Estado, de acordo com a Emater/RS-Ascar. No acumulado de junho, o indicador CEPEA/IRGA-RS revela um aumento de 3,76%, com média de R$ 72,66 para o mês. De acordo com o presidente da Federarroz, Alexandre Velho, a tendência para o segundo semestre é de que os preços continuem com um aquecimento gradual, com aumento da demanda dos varejistas, mas que fiquem abaixo de R$ 100,00 por saco de 50 quilos, uma vez que o poder aquisitivo da população diminuiu. De acordo com o presidente, é provável que o preço fique entre R$ 85,00 e R$ 90,00.  

“De fato, a conjuntura atual do mercado do arroz em casca no Rio Grande do Sul é de preço firme, buscando um patamar de equilíbrio ao custo de produção, que acumula altas jamais registradas” avalia o diretor executivo do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz). De acordo com ele, a valorização do dólar resultou numa maior competitividade do arroz gaúcho e intensificou as demandas do mercado externo, o que afetou os preços. Velho acrescenta que o aumento de preços na verdade é uma recuperação, que ocorre em função da volta das exportações, depois de quedas consecutivas no preço do produto. 

“Mas é importante deixar claro que essa recente e discreta valorização leva em consideração um horizonte temporal curto. Hoje o preço da saca de arroz em casca no Estado é 1,8% menor do que se praticou no mês de março, quando iniciou a colheita”, pondera Barata. Ainda, de acordo com Velho, esse aumento não é o suficiente para cobrir os custos de produção esperados para a próxima safra. “A área plantada vai diminuir em função da baixa rentabilidade e por outro lado temos a soja e milho com bons preços, o que estimula o produtor a adotar esses cultivos”, comenta.

*Sob supervisão de Thaise Teixeira


Correio do Povo
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