Produção de citros tem queda estimada de 30% nos vales do Caí e Taquari

Produção de citros tem queda estimada de 30% nos vales do Caí e Taquari

Queda na produção de laranja tende a ser maior entre os citros

Camila Pessoa*

Laranja de umbigo tende a apresentar os maiores preços

publicidade

De acordo com o boletim conjuntural da Emater/RS-Ascar publicado nesta quinta-feira, a queda estimada para a produção de citros nos vales do Caí e Taquari é de 30%. “Tem uma perda estimada principalmente das laranjas, são os reflexos da estiagem”, explica Marcos Schafer, extensionista da Emater/RS-Ascar que atende a área de fruticultura na região.

As perdas são variáveis conforme o município, porque a estiagem afetou cada um de forma diferente, como diz Schafer. “Nessa região de Arvorezinha, Ilópolis e Anta Gorda houve perdas bem maiores, com mais de 50% de redução. Reflexo da estiagem e excesso de chuva na floração”, explica o extensionista. Segundo ele, as perdas ocorrem especialmente para a variedade conhecida como laranja de umbigo.

Schafer afirma que a redução da produção de laranjas vai impactar nos preços. “Em função da baixa oferta o preço sobe. Ao produtor isso se reflete também no mercado, mas só no momento da comercialização”, explica. “A umbigo, que é mais apreciada, certamente vai ter aumento de valor”. Já para a variedade valência, o extencionista acredita que não vai haver grande diferença. “Talvez a oferta seja mais ou menos igual, porque essa variedade também vai para a indústria, então talvez as laranjas que iriam normalmente apenas para a indústrias venham também ao consumo direto”, elucida.

Por outro lado, as bergamotas não sofreram tanto. “Começou a chover normalmente a partir de janeiro e a bergamota se recuperou bem, porque parte das bergamotas menores foram tiradas em raleio”, diz Schafer. “As variedades mais tardias, que vão iniciar (a colheita) no mês que vem ou no fim deste mês, não vão ter redução de safra”.

O extensionista explica que os pés de bergamota costumam frutificar mais que o necessário, então os frutos menores são retirados para que os novos cresçam mais, num processo chamado raleio. “O que reduziu esse ano foi o raleio”, afirma, por isso a produção da bergamota reduziu menos que a de laranja. Porém, Schafer lembra que a variedade de bergamota Caí teve redução de calibre na maioria dos municípios. Para esta variedade, o percentual já colhido é de 30%. Já para a Ponkan o percentual é de apenas 16%.

De acordo com Schafer, o Vale do Caí é a região que mais produz citros, em especial bergamotas e limas ácidas taiti. “A região tem grande participação nas cítricas e um aspecto social importante, porque praticamente todos os produtores são agricultores familiares”, comenta. Em relação às laranjas, a principal região produtora é o Alto Uruguai.

*Sob supervisão de Thaise Teixeira

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895