Produção de erva-mate busca retomada
Entrada de novos ervais no ciclo comercial traz boas perspectivas para colheita gaúcha, avalia agrônomo
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Apesar da estiagem, que no ano passado acarretou perdas de 30% na colheita da erva-mate, o cultivo no Rio Grande do Sul vê perspectivas de retornar aos níveis de safras normais, quando a produção média chegava a 320 mil toneladas de folha verde. Segundo o extensionista da Emater-RS/Ascar Ilvandro Barreto de Melo, as regiões produtoras vêm registrando melhores índices de pegamento de mudas mais novas. Outro ponto favorável para a retomada, diz o engenheiro agrônomo, é a entrada de novos ervais no ciclo comercial, já que as plantas começam a produzir apenas a partir de três anos de idade.
“No ano passado, em razão da estiagem, tivemos uma perda de 80% nos novos plantios e nos replantios de erva-mate. Este ano se tem uma perda de 5%, no máximo”, explica Melo. O Rio Grande do Sul abriga cinco polos ervateiros: Missões/Celeiro (com sede em Palmeira das Missões), Alto Uruguai (Erechim), Nordeste (Machadinho), Alto Taquari (Ilópolis) e Região dos Vales (Venâncio Aires). No total, são 36 mil hectares ocupados pela erva-mate (metade de toda a área de cultivo no país), sendo 30 mil hectares de lavouras prontas para a colheita. “Então, temos ao redor de 6 mil hectares de ervais que estão em formação”, destaca o agrônomo.
No Estado, o plantio da erva-mate ocorre de março a setembro, mas se concentra principalmente nos meses do outono, observa Melo. O período atual marca a fase mais intensa da colheita, que ocorre ao longo de todo o ano. De acordo com o Informe Conjuntural da Emater-RS/Ascar divulgado na quinta-feira (18), na área da regional administrativa de Passo Fundo, o desenvolvimento dos ervais é considerado normal, e os preparativos para a semeadura já estão em andamento. Na regional de Lajeado, a publicação destaca a boa oferta de erva-mate verde, que está chegando às indústrias com folhas mais maduras, mas informa um recuo de 30% nas vendas na comparação com os anos anteriores. Uma das razões apontadas é a queda das exportações para a Argentina nos últimos meses, devido às restrições impostas pelo país vizinho, o que aumentou o volume de erva-mate no mercado interno.
Na regional de Soledade, foram concluídos os trabalhos de plantio e replantio de erva-mate. Os produtores dão continuidade à colheita e adotam práticas de limpeza dos ervais, como roçadas. Na regional de Erechim, a produtividade das áreas em etapa de colheita é de 550 arrobas por hectare e novas áreas vêm sendo plantadas.
