Projeto Campo Futuro mapeia custos do agro

Projeto Campo Futuro mapeia custos do agro

Iniciativa conduzida em parceria com Farsul no Estado terá encontros de 29 de maio a 2 de junho em seis municípios

Patrícia Feiten

Carazinho e Cruz alta serão as primeiras cidades a realizar eventos com produtores rurais

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O Rio Grande do Sul será novamente o ponto de partida do Campo Futuro, projeto da Confederação Nacional da Agricultura e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) que busca mapear os custos de diversas atividades agropecuárias nos principais polos produtores do Brasil. Pioneiro na adoção do formato híbrido para os encontros do programa no ciclo 2019/2020, em razão das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, o Estado será o primeiro a iniciar as rodadas de coleta de dados com a participação de produtores rurais, que ocorrerão de 29 de maio a 2 de junho.

A iniciativa é conduzida em parceria com a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), sindicatos rurais e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), que será responsável por compilar as informações. De acordo com a Farsul, os primeiros painéis serão realizados no dia 29 de maio em Carazinho, com as culturas de soja, milho e trigo, e em Cruz Alta, com foco em áreas de soja de sequeiro e irrigadas, de milho de sequeiro e irrigado e de trigo. Os trabalhos prosseguem no dia 30 de maio, em Tupanciretã (trigo e soja); 31 de maio, em Uruguaiana (arroz irrigado); 1º de junho, em Bagé (soja de sequeiro e irrigada), e 2 de junho, em Camaquã (arroz e soja).

Responsável pelo projeto no Estado, o economista da Farsul Ruy Silveira diz que o estudo mostrará não apenas os custos de produção do ciclo 2022/2023, mas também os resultados econômicos da safra. “A gente vai ver, por exemplo, como foi o efeito da estiagem”, afirma. Os dados levantados, explica Silveira, poderão ser consultados no site da Farsul, por meio do serviço Big Data, e servirão de base para o cálculo dos índices de inflação de custos do agronegócio (IICP), de preços recebidos pelos produtores rurais (IIPR) e de insumos para a produção de leite cru (ILC), divulgados mensalmente pela entidade.

As informações geradas, segundo o economista da Farsul, podem auxiliar os agricultores a melhorar a gestão das propriedades e facilitar a tomada de decisões no dia a dia. “É um trabalho riquíssimo. Produtores que já querem se preparar para a próxima safra e ter noções de preço podem consultar o espaço do Big Data. Esses dados também são uma fonte para pesquisas do meio acadêmico”, destaca Silveira.

Em todo o Brasil, o programa Campo Futuro prevê um total de 141 painéis que coletarão informações sobre a realidade produtiva em 2023. Os levantamentos envolverão 128 municípios em 24 estados, e os encontros serão divididos da seguinte forma: cereais, fibras e oleaginosas (36); pecuária de corte (17); pecuária de leite (15); cana-de-açúcar (15); avicultura (7), suinocultura (5), cafeicultura (15); fruticultura (10); aquicultura (6); horticultura (7) e silvicultura (8).


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