Quebra na safra gaúcha é a terceira maior em 10 anos

Quebra na safra gaúcha é a terceira maior em 10 anos

Embora a chuva tenha melhorado as condições das lavouras tardias de milho, cultivo acumula perda de 40,9%, número que supera 37% na soja

Camila Pessôa

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Afetada pela estiagem, esta safra já ocupa a terceira posição de piores quebras dos últimos 10 anos, perdendo apenas para as safras 2021/2022 e 2019/2020, como afirma o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera. As culturas com maiores quebras são o milho e a soja, já com perda média no Estado de 40,98% e 37,02% em relação às estimativas iniciais, respectivamente. A situação é pior em algumas regiões, como a de Santa Rosa, com perda média de 62% na soja, Ijuí (43,85%) e Santa Maria (41,42%). Para o milho, as regiões mais críticas foram as de Santa Maria (54,81%), Bagé (53,65%) e Pelotas (47,63%). "É importante ressaltar que esses cultivos podem apresentar perdas ainda maiores”, diz Baldissera.

A semana se encerra no Estado com 18% da soja colhida, o que representa um avanço de 10% em relação à última semana, quando era de 8%, mas é 15% a menos do que no mesmo período do ano passado. A previsão também não é boa para a próxima semana, com expectativa de baixos volumes de chuva e variação de precipitações ao longo do Estado entre quinta-feira (6) e sábado (8). “Esta estiagem se caracteriza por distribuição de chuvas heterogêneas, tanto no território dos municípios, quanto nas regiões. Cenários de lavouras severamente afetadas por não terem recebido chuvas em todo ciclo, e lavouras não tão distantes que receberam chuvas e apresentam desenvoltura razoável”, resume Baldissera.

Para a soja, a produtividade estimada é de 2.175 quilos por hectare, o que significa uma redução de 30% em relação ao potencial produtivo calculado pela Emater/RS-Ascar no início da safra. Já para o milho, a produtividade é de 4.440 quilos por hectare, 39,49% menos que a projeção inicial, e a colheita está em 80% e ocorreu num ritmo mais lento na última semana, uma vez que os produtores estão mais dedicados à colheita da soja. Chuvas no Estado durante o final de março melhoraram a situação das lavouras de milho tardias. “Contudo, essas lavouras dependem também da continuidade de temperaturas amenas e da não formação de geadas para encerrarem o ciclo e manterem o potencial de produtivo”, pontuou a Emater/RS-Ascar, em seu Informativo Conjuntural da última quinta-feira.


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