Questões ambientais e necessidade de reformas estruturais marcam discursos nos 95 anos da Farsul

Questões ambientais e necessidade de reformas estruturais marcam discursos nos 95 anos da Farsul

Diretoria da entidade oficializou posse na noite desta terça-feira em cerimônia com mais de 200 convidados, em Porto Alegre

Nereida Vergara

Presidente da Farsul, à esquerda, lembrou história da entidade fundada em 24 de maio de 1927

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A nova diretora da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) vai focar sua atuação nos próximos três anos na busca pela resolução dos problemas ambientais que entravam o agronegócio e no reconhecimento internacional da atividade como voltada à preservação. Foi o que disse o presidente Gedeão Pereira durante a posse do grupo, na noite de terça-feira, em cerimônia na Casa NTX, em Porto Alegre. Na prática, a diretoria liderada por Pereira, e eleita ainda no ano passado, já trabalha desde abril, mas a oficialização da posse foi marcada para coincidir com uma data emblemática: os 95 anos da entidade, fundada em maio de 1927, por pecuaristas gaúchos.

"Não existe hoje sistema mais representativo do que o nosso", destacou o presidente da Farsul, ao lembrar que atualmente a federação congrega 138 sindicatos rurais de todo o Estado, representando todos os segmentos do agro gaúcho. Gedeão Pereira ressaltou também a grande responsabilidade do Brasil neste ano de 2022, quando o mundo enfrenta as dificuldades econômicas do pós-pandemia e encontra-se diante do conflito armado na Ucrânia. "O Brasil é o país, que, em suas proporções continentais, pode garantir o alimento para a população", disse.

Autoridades, parlamentares e líderes de diversos segmentos da agropecuária gaúcha prestigiaram o evento, que reuniu mais de 200 pessoas. O governador Ranolfo Vieira Junior voltou a destacar o papel do agro na economia do Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. Ranolfo salientou também que o Estado encontra-se numa situação diferente do restante do Brasil, com reformas estruturais concluídas e em andamento, o  que permitiu sair da condição quebrado para a condição de investidor.

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, fez um chamamento forte aos presentes pela mobilização para tirar o país "do atraso". Martins anunciou que a CNA prepara um documento para entregar ao próximo governo pedindo a efetivação de reformas há muito aguardadas. "Não queremos reformas para beneficiar o agro, que vai bem, mas para beneficiar o Brasil e toda a população", pontuou. 


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