Redução de preços do milho reduz relação de troca para produtores de frango

Redução de preços do milho reduz relação de troca para produtores de frango

A relação de troca entre a proteína e o cereal é a mais favorável para os avicultores desde julho de 2020

Patrícia Feiten

Com a venda de um quilo de frango, o produtor consegue comprar 4,22 quilos de milho

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Puxada pelas despesas com nutrição animal, a escalada dos custos de produção de frangos de corte pressiona as indústrias do setor, que já vêm reduzindo os abates para fazer frente aos altos preços do milho. Calculado pela Embrapa Suínos e Aves, o Índice de Custos de Produção de Frangos (IPCFrango) avançou 1,6% em março e acumulou alta de 10,59% no primeiro trimestre do ano. Ainda assim, com a valorização do frango vivo e com a queda no preço do milho (em razão da expectativa de mais oferta na segunda safra do grão), a relação de troca entre a proteína e o cereal é a mais favorável para os avicultores desde julho de 2020, de acordo com o Cepea-Esalq/USP.

Com a venda de um quilo de frango, o produtor consegue comprar 4,22 quilos de milho, 26,3% a mais que em março. O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, diz que, mesmo com o recuo, os valores seguem altos. “E, nos últimos dias, vimos o milho voltando aos patamares acima de R$ 100,00 a saca”, observa.

Segundo o dirigente, o setor só consegue fazer repasses “parciais” dos custos ao varejo, e algumas indústrias estão promovendo ajustes na produção. As indústrias do RS produzem entre 135 mil e 140 mil toneladas de carne de frango por mês. “No ano passado, já tivemos uma redução nos meses de junho e julho, quando o setor estava tendo um prejuízo de R$ 52 por quilo”, conclui Santos.


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