Resultados de amostras mantém Rio Grande do Sul livre do greening

Resultados de amostras mantém Rio Grande do Sul livre do greening

Análises de pomares do Vale do Caí e do Alto Uruguai retornaram negativas

Camila Pessôa

Doença foi detectada em Santa Catarina no ano passado

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Com o objetivo de detectar possíveis ocorrências do greening, a Secretaria da Agricultura inspecionou pomares de citrus do Vale do Caí e do Alto Uruguai em dezembro, com envio de amostras para análise fitossanitária, que até agora retornaram todas negativas. A secretaria aguarda resultado de apenas uma delas. Assim, o Rio Grande do Sul mantém-se livre da doença, com casos detectados em Santa Catarina a partir do ano passado. A informação é da chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV) SEAPDR, Rita Antochevis. De acordo com ela, em fevereiro a secretaria pretende retomar capacitações sobre a doença para citricultores, iniciadas no final de 2022.

A Secretaria também enviou ao Ministério da Agricultura, em novembro do ano passado, um plano de contingenciamento para a doença, que deve ser aprovado em breve, de acordo com Rita. De acordo com o diretor do Departamento de Defesa Vegetal (DDV) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Ricardo Felicetti, mesmo sem ter aprovado o plano formalmente, o ministério já sinalizou que ele foi acatado e este envio seria apenas uma formalidade operacional, uma vez que os procedimentos já estão previstos em lei e decreto. 

O Estado também mantém fiscalização das cargas de citrus em postos presentes em seis dos 81 pontos de passagem entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, de acordo com Felicetti. Em Torres, posto com maior volume de entrada de cargas no Estado, foram fiscalizadas 24 cargas de laranja e 8 de limão entre 2 e 9 de janeiro. Dessas, seis foram rechaçadas por conterem folhas. “A legislação prevê que as cargas de citros devem estar isentas de ramos e folhas”, lembra Rita. Segundo ela, a secretaria também está monitorando os casos de Santa Catarina por meio Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). De acordo com Felicetti, lá estão sendo interceptados vetores da doença, os psilídeos Diaphorina citri, mas a situação não evoluiu negativamente e os focos permanecem nos municípios onde foram inicialmente interceptados.

Mas as cargas irregulares têm diminuído, segundo Felicetti. Ele explica que a maioria dessas cargas vêm de São Paulo, estado onde há greening e que recebe notificações sempre que há irregularidades. “E eles prontamente têm autuado os responsáveis, inclusive interditaram pomares, impedindo-os de enviar cargas, então reduziu bastante”, diz. Segundo ele, isso reforça a cooperação dos estados porque muitas vezes é difícil interceptar cargas irregulares.


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