Reunião debate regulamentação para javaporcos e flexibilização da caça aos javalis

A revisão dos protocolos de controle da população de javalis no Estado foi tema da reunião que aconteceu nesta terça-feira, na Secretaria da Agricultura, em Porto Alegre. A proliferação desses animais silvestres, com incidência acentuada na região da Serra e de Fronteira, está causando danos às lavouras, principalmente de milho, e aos criatórios de suínos, já que invadem as granjas e acabam cruzando com as fêmeas, o que resulta nos javaporcos. O secretário da Agricultura, Covatti Filho, explica que o javali hoje é uma praga e que dois pontos precisam ser definidos para evitar prejuízos à economia gaúcha. “Temos que criar uma regulamentação do abate para o consumo próprio de javaporcos para impedir multas aos produtores e mais um problema ambiental ao descartar esses animais”, explica. O outro é facilitar o aumento do número de manejadores de javalis. “ Precisamos flexibilizar a legislação federal para ter mais caçadores aptos ao  combate do avanço desenfreado dos animais ”, esclarece.

Covatti disse que técnicos da Secretaria da Agricultura e da Superintendência Federal da Agricultura (SFA) vão avaliar possibilidades de implementação desse regulamento, o que pode ocorrer ainda nessa semana. O secretário é o interlocutor junto ao Ministério da Agricultura, que normatiza o abate no Brasil.

O deputado estadual Elton Weber considerou positiva a reunião, uma vez que todos entenderam a necessidade do controle desses animais.“ Principalmente no que tange à autorização do consumo próprio dos javaporcos pelos produtores até que possam eliminar esses animais de forma gradual e não arbitrária”. O presidente da Fetag/RS, Carlos Joel da Silva, enfatiza que os agricultores já tiveram danos nas suas propriedades. “Temos relatos de que na Serra metade das lavouras de milho foram destruídas pelos javalis”, conta. O dirigente conta que um casal de produtores aposentados  de Santa Maria foi multado em R$ 70 mil por terem javaporcos e ainda devem responder um processo criminal e ambiental. “ Temos que  terminar com esse tipo de situação que expõe os agricultores à invasão dos animais, que estão numerosos e livres, e só traz danos  aos agricultores ”, pontua.