RS pode ampliar trocas agrícolas com o Uruguai

RS pode ampliar trocas agrícolas com o Uruguai

Cultivo de milho no país do Mercosul pode abastecer agroindústria gaúcha

Danton Júnior

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O embaixador do Uruguai no Brasil, Guillermo Valles, e representantes de diversos setores produtivos gaúchos discutiram a possibilidade de ampliar a circulação regional de produtos agropecuários, ontem, na sede da Farsul, em Porto Alegre. No Rio Grande do Sul há interesse na importação de milho do país vizinho, que pode aumentar a produção do cereal e fica bem mais próximo que o Centro-Oeste brasileiro, onde a cadeia agroindustrial de proteína animal tem se abastecido.

Segundo Valles, o Uruguai conta com grande potencial para o cultivo de cereais, mas as lavouras não se ampliam por déficit na armazenagem e falta de vias de escoamento para o mercado internacional.

Neste contexto, a integração logística com o Rio Grande do Sul se torna fundamental. As entidades avaliam que deve ser fortalecido o modal hidroviário para se estabelecer um canal direto do Uruguai com o Porto de Rio Grande com uso da Lagoa Mirim. Com isso, a carga teria de percorrer 200 quilômetros por via fluvial.

O coordenador da Comissão de Infraestrutura e Logística da Farsul, Fábio Avancini Rodrigues, ressalta que a integração pode ampliar também a exportação de produtos locais para o Uruguai por hidrovia, e não como ocorre hoje, por rodovia. No caso de o Uruguai levar produtos como celulose e grãos a Rio Grande, a embarcação poderia retornar com carga de adubo, por exemplo. “Para essa hidrovia funcionar, temos que ter algumas obras de adequação”, admite Rodrigues.

O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS, Darlan Palharini, disse ter saído da reunião otimista, uma vez que os custos para adequação não são considerados tão elevados e já existem empresas interessadas em participar da iniciativa via parceria público-privada. 

A preocupação fica por conta dos preços com que mercadorias uruguaias, como o leite, podem chegar ao Estado. Por isso, segundo Palharini, a integração deve ser discutida também entre os ministérios da Economia e da Agricultura dos dois países. 


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