RS puxa resultado negativo do PIB agropecuário de 2022

RS puxa resultado negativo do PIB agropecuário de 2022

Farsul atribui retração de 1,7%, consolidada pelo IBGE, às perdas ocasionadas pela estiagem às lavouras gaúchas na safra 2021/22

Thaise Teixeira

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O Rio Grande do Sul contribuiu de forma decisiva para o recuo de 1,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário brasileiro em 2022, mesmo com a alta de 0,3% do quarto trimestre ante o terceiro trimestre do ano. Os dados, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constam dos resultados das Contas Nacionais Trimestrais, e imputam à soja a maior parcela de participação no resultado, comnforme a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. “Esse foi o produto que, de longe, mais contribuiu pra o resultado, tanto pela queda de produção como pela perda de produtividade, além de representar 50% por cento da agricultura brasileira”, declara. 

Segundo o IBGE, a participação da oleaginosa (-11,4%) e do arroz (-8,3%) foi muito afetada por problemas climáticos, especialmente no Sul do país. Conforme o economista chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, a produção gaúcha de grãos responde pela maior parte das referidas baixas. “O Rio Grande do Sul foi o principal responsável pelo PIB brasileiro da agropecuária ter sido negativo. Ano passado, tivemos perdas também em Santa Catarina, no Paraná e no Sul do Mato Grosso do Sul, mas, de longe, a maior parte das perdas ficou concentrada aqui”, ressalta da Luz.

O resultado negativo está alinhado à expectativa da Farsul, garante da Luz, e aponta para um cenário de desaceleração em 2024. “As estiagens que ocorreram em parte do Brasil também afetaram concorrentes internacionais como Estados Unidos, Europa e Argentina”, diz.

No quarto trimestre de 2022, o PIB da agropecuária recuou 2,9%, com destaque à mandioca (-1,6%), ao fumo (-7,1%) e à batata inglesa (-2,4%), cujas safras são significativas no período. Os problemas concentraram-se na redução de estimativa de produção anual e na perda de produtividade. Por outro lado, cana-de-açúcar, laranja e trigo apresentaram crescimento na produção anual, estimado em 2,7%, 4,4% e 28,5%, respectivamente. Café e milho também se destacaram positivamente.


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