RTC/CCGL contabiliza perdas de 42% da safra de milho

RTC/CCGL contabiliza perdas de 42% da safra de milho

De acordo com rede técnica, impacto pode ser maior que o observado na última safra

Camila Pessôa

Perdas chegam a 70% em algumas regiões

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A falta de chuva e a ocorrência de precipitações de forma esparsa e em baixos volumes já causam, em média, perdas de 42% na safra 2022/2023 de milho não irrigada de 20 cooperativas integrantes da Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL). A informação provém de levantamento próprio divulgado no início desta semana, o qual indica perdas superiores a 70% em algunas regiões do Estado que enfrentam a quarta estiagem seguida. Os números também retratam que metade das cooperativas consultadas contabilizam danos irreversíveis ao milho. 

A RTC também revela que as lavouras de soja também omeçaram a ser prejudicadas pela falta de água. Enquanto 11% das áreas destinadas ao grão ainda não foram semeadas, em 15% das áreas implementadas, as plantas ainda não emergiram como reflexo da falta de umidade no solo.
Segundo o coordenador da RTC, Geomar Mateus Corassa, os danos considerados irreversíveis segue a mesma proporção registrada na safra anterior. O maior problema está nas plantações que estão em enchimento de grãos, inviabilizando qualquer chance de recuperação. “Essa estiagem veio num momento crítico, pegou o milho nos estágios reprodutivos. Ano passado, acabou não pegando tanto”, pontua Corassa. 

Para o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, os efeitos da seca são observados em todas as regiões produtivas do Estado, exceto na Noroeste. “Não temos chuvas bem distribuídas. Enquanto numa região o clima está muito ruim, em outra, está muito bom”, afirma. Essa irregularidade na distribuição das chuvas é o que, conforme Rugeri, difere o cenário de La Niña desta safra para a anterior, quando a escassez hídrica foi mais generalizada.


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