Safra mostra recuperação da produtividade do feijão

Safra mostra recuperação da produtividade do feijão

Depois de ser prejudicada pela estiagem em 2020, cultura vem obtendo bons volumes a cada hectare colhido graças ao clima favorável deste ano

Carolina Pastl (sob supervisão de Elder Ogliari)

Toda a primeira safra e parte da segunda já foram colhidas no Rio Grande do Sul

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A segunda safra do feijão do Estado deve alcançar uma produtividade de 1.344 quilos por hectare, 47% superior à do ciclo equivalente no ano passado, segundo estimativa da Emater/RS-Ascar. “A qualidade também deve ser boa”, prevê o coordenador das áreas de Defesa Sanitária Vegetal e Culturas do Escritório Central da instituição, Elder Dal Prá.

A expectativa de bom desempenho deve-se ao clima favorável, que contrasta com a estiagem que prejudicou a cultura no primeiro semestre de 2020. A irregularidade das chuvas nos últimos dias, no entanto, gerou alguma preocupação entre os produtores, principalmente em lavouras de sequeiro.

Um indicativo de boa colheita é o resultado da primeira safra – plantada entre dezembro e janeiro e colhida entre março e abril – nos Campos de Cima da Serra, onde foram cultivados 13,6 mil hectares, cerca de um terço do total. Na região, a produtividade média de 2.465 quilos por hectare superou em 23,4% a do ano passado. “O calor e as chuvas ocorreram na medida certa e se utilizou de forma correta irrigação, adubação e tratamentos fúngicos”, comenta o extensionista rural do Escritório Regional da Emater de Caxias do Sul, João Villa.

“A estiagem de novembro e dezembro também não chegou a prejudicar o cultivo”, acrescenta a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul, Bernardete Boniatti Onzi.

Já a maior parte das lavouras da segunda safra, semeada entre janeiro e fevereiro, está no período de enchimento de grãos. No entanto, regiões como Porto Alegre e Frederico Westphalen já colheram 40% e 20% do que plantaram, respectivamente. 

O preço médio da saca de 60 quilos recebido pelo produtor caiu 1,83% na semana passada e ficou em R$ 281,00, de acordo com o Informativo Conjuntural da Emater. No entanto, ainda é considerado “bom” para Villa e Dal Prá, já que, está 53% acima do que era praticado no mesmo período de 2020 (R$ 183,40).


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