Safra nacional de grãos deve atingir 312,4 milhões de toneladas

Safra nacional de grãos deve atingir 312,4 milhões de toneladas

Para a soja, Conab projeta produção de 152,4 milhões de toneladas, enquanto a colheita total do milho é estimada em 126,9 milhões de toneladas

Correio do Povo

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O Brasil deverá colher 312,4 milhões de toneladas de grãos na safra 2022/2023, entre culturas de inverno e verão. Se confirmado, esse volume superará em 15,3% o recorde obtido no ciclo anterior, quando foram colhidas 270,9 milhões de toneladas. Para a área plantada, a projeção é de uma expansão de 2,9% em relação à temporada 2021/2022, com um total de 76,6 milhões de hectares. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu 1º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023 divulgado.

O superintendente da Conab no Rio Grande do Sul, Carlos Bestétti, observa que o crescimento esperado em nível nacional reflete o retorno a patamares normais de produção, já que no verão passado as lavouras de soja, milho e arroz no Estado foram fortemente prejudicadas pela estiagem. No caso da soja, a companhia estima um total de 42,89 milhões de hectares cultivados com o grão no país, 3,4% a mais que na safra passada, e uma colheita de 152,4 milhões de toneladas.

No Rio Grande do Sul, o avanço da soja em áreas de várzea ocupadas tradicionalmente pelo arroz deve elevar em 1,3% a área de plantio da oleaginosa em comparação à safra passada, chegando a cerca de 6,44 milhões de hectares. Muitos agricultores afetados pela estiagem, porém, ainda não receberam o seguro rural e aguardam os recursos para comprar insumos e iniciar a semeadura, segundo Bestétti. “Como a previsão é que chova pouco em outubro e novembro tenha um clima razoável, a soja deve ser implantada no período ideal ou num período considerado bom pra o desenvolvimento da cultura”, diz.

Para o milho 1ª safra, é esperada a redução de 1,5% na área cultivada, para 22,4 milhões de hectares no país. Ainda assim, a colheita do cereal deve ter um aumento de 14,6%, com 28,69 milhões de toneladas. Somadas, as três safras de milho significarão 126,9 milhões de toneladas na temporada 2022/2023. Para o arroz, a Conab prevê um recuo de 5% na área de cultivo, projetada em 1,538 milhão de hectares no país, e a produção de 10,75 milhões de toneladas, 0,3% inferior à do ciclo anterior.

Entre as culturas de inverno, cuja colheita já foi iniciada, a Conab aponta um aumento de 21% na produção de trigo, estimada em 9,36 milhões de toneladas. Neste ano, as lavouras do cereal avançaram 10,6% nos estados produtores, superando os 3 milhões de hectares. No Rio Grande do Sul, a previsão de colheita recorde é acompanhada de perspectivas de destinação de parte da safra à exportação, ao setor de rações animais e à produção de etanol, além da indústria de panificação. “Então, há quatro alternativas que vão melhorar a liquidez do trigo. Isso era um dos grandes problemas que tínhamos nas outras safras, que era ficar muito tempo o trigo armazenado sem ter para quem vender”, lembra Bestétti.

Segundo o dirigente, os dados da Conab já refletem os primeiros resultados do Programa Duas Safras, liderado pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul) para estimular o cultivo de cereais de inverno. Um dos exemplos é o aumento da produção de canola, que ganhou o status de “soja de inverno” – a saca de 60 quilos do cereal vem sendo cotada a preços semelhantes aos da oleaginosa. “A tecnologia de implantação da lavoura melhorou, melhoraram as cultivares. E o (agricultor) vai ter liquidez na época de maior escassez de dinheiro, que é outubro e novembro”, avalia Bestétti. 

 


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