Santa Vitória do Palmar já enterrou 130 leões e lobos marinhos vítimas da influenza aviária

Santa Vitória do Palmar já enterrou 130 leões e lobos marinhos vítimas da influenza aviária

RS reconhece que desde o primeiro caso da doença, em maio, já foram contabilizados 362 aves silvestres e mamíferos marinhos mortos ou infectados pela H5N1

Nereida Vergara

Servidores da prefeitura de Santa Vitória fazem o percurso entre Barra do Chui e Hermenegildo desde o dia 13, identificando e sepultando os animais na própria orla

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Desde o dia 13 de outubro, o município de Santa Vitória do Palmar já recolheu e enterrou 130 leões marinhos mortos em razão da gripe aviária. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), confirmou o primeiro caso de influenza em mamífero, um leão marinho na praia de Hermenegildo, no dia 7 de outubro.

Desde o primeiro foco da doença no Estado, em ave silvestre encontrada na Estação Ecológica do Taim, em maio, já foram contabilizados 362 aves silvestres ou mamíferos mortos ou doentes em decorrência da H5N1. Segundo a Seapi, deste total, 147 animais foram encontrados em Santa Vitória do Palmar.

O prefeito de Santa Vitória do Palmar, Wellington Bacello, disse que a operação de descarte dos animais, com base na nota técnica emitida pela Seapi no último dia 10, é bastante complicada porque envolve a abertura de covas profundas que comportem animais de cerca de 200 quilos. Além disso, exigiu da prefeitura a aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) específicos para a operação e a mobilização de 10 servidores municipais.

Bacello explica que a patrulha que percorre a distância entre Barra do Chuí (na orla de Santa Vitória) tem enterrado animais todos os dias, envoltos em lona, como prevê a nota técnica, mas ressalta que especificidades da área marítima estão trazendo preocupações maiores."Temos a área do conchário, onde há mais dificuldade de acesso se a maré subir e onde há preocupação que cheguem cães e comam parte dos animais marinhos infectados. Isso tornaria os cachorros vetores da doença para os humanos", exemplifica.

O prefeito diz ainda que aguarda determinações da Secretaria da Saúde sobre o fechamento da faixa de areia da Barra do Chuí aos roteiros turísticos de caminhada, promovidos na cidade. "Sabemos que penas de aves infectadas, eventualmente soltas no caminho, podem manter o vírus por até 30 dias, e não queremos colocar pessoas em risco", completou.


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