Seapi monitora greening com uso de armadilhas
Material será instalado em mais de 200 pontos de acompanhamento em pomares de citros em 43 municípios gaúchos até janeiro
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O Rio Grande do Sul ainda não teve registros de greening – ou huanglongbing –, considerada a doença mais devastadora da citricultura mundial, mas está empenhado na prevenção do problema. Para ampliar o monitoramento do inseto vetor da doença, o Departamento de Defesa Vegetal (DDV) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) iniciou a instalação de armadilhas adesivas em pomares comerciais e domésticos de citros. Ao todo, propriedades de 43 municípios gaúchos receberão os materiais e serão monitorados mais de 200 pontos em todo o Estado.
Neste segundo semestre do ano, o governo estadual adquiriu 1,2 mil armadilhas de controle de insetos-pragas. Segundo a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapi, Rita Antochevis, esse estoque possibilitará o monitoramento até a metade de janeiro – o vetor apresenta maior atividade no período de primavera e verão. Os materiais adesivos atraem os insetos, que ficam grudados neles, e a cada 15 dias os fiscais estaduais agropecuários irão até o local recolhê-los para análise e instalação de novas armadilhas. “Só a presença do inseto (nas armadilhas) não quer dizer que ele está infectado. Se for encontrado, vamos mandar para o laboratório, que vai fazer análise para ver se está contaminado com a bactéria do greening”, afirma Rita.
Chamado de psilídeo, o inseto vetor transmite o greening das plantas doentes para as saudáveis. Os vegetais afetados ficam amarelados, os frutos nascem pequenos e deformados, e a única solução é a erradicação das plantas. Não há, porém, risco para os humanos. A Seapi observa que o greening já está presente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, além da Argentina e do Uruguai, que fazem fronteira com o Rio Grande do Sul.
Segundo Rita, os pontos de monitoramento estão distribuídos por todo o Estado, sendo a maioria concentrada no Vale do Caí. Para a definição dos locais, a secretaria levou em conta regiões com alto potencial de entrada de cargas de frutas cítricas procedentes de outros estados e dos países vizinhos. “Há muitos anos o Estado faz o monitoramento e foram achados pouquíssimos exemplares. Acreditamos que a população do inseto aqui no Rio Grande do Sul é muito baixa, pelas questões climáticas”, diz Rita. Neste ano, foram realizadas 18 coletas de plantas e frutos com sintomas, todas com resultado negativo para a doença.
Caso os citricultores ou pessoas que tiverem árvores de citros em pomares domésticos detectem sintomas de greening, podem entrar em contato com a Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, pelo e-mail defesavegetal@agricultura.rs.gov.br ou pelo telefone (51) 3288-6294. Dessa forma, a Seapi poderá enviar uma equipe de fiscalização para fazer a coleta de material. “O inseto vetor é parecido com uma mosquinha, ele fica na folha em ângulo de 45 graus e tem as asas pretas”, explica Rita.
A secretaria alerta que a compra de frutas com folhas contraria as normas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para a circulação de frutas de regiões onde há ocorrência de greening para outras que não têm casos ou adotam algum tipo de controle. Outra orientação é ter cuidado na compra de mudas. “(A recomendação) é adquirir só mudas certificadas, não trazer material de fora do Estado que não tenha uma garantia de sanidade. A gente quer convencer o pessoal da importância desse monitoramento”, destaca Rita.