Secretaria reforça preocupação com casos de influenza aviária

Secretaria reforça preocupação com casos de influenza aviária

Recentemente, doença levou ao sacrifício de 29 mil aves na Holanda

Camila Pessôa

Fiscalização de rotina é permanentemente executada pela secretaria

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A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) expressou, mais uma vez, preocupação com os casos de Influenza Aviária Altamente Patogênica (IAAP - vírus H5N) detectados no Peru, Colômbia e México. Após ter feito, por meio de nota divulgada nesta terça-feira, recomendações de cuidados aos avicultores, a fiscal estadual agropecuário da Seapdr Ananda Paula Kowalski reforça que o país está atento. “O Brasil é líder mundial em exportação de carne de frango, então a avicultura no Brasil é extremamente importante e a gente tem muito medo que esse vírus chegue”, afirma, lembrando que o hemisfério norte passou por um aumento de casos sem precedentes no último ano, o que resultou no abate de milhares de aves, sendo o mais recente deles a eliminação de 29 mil aves na Holanda, divulgada na última semana. 

Ananda explica que a secretaria mantém vigilância permanente e que o atual número de pessoas envolvidas no trabalho de fiscalização, de 280 fiscais e 250 técnicos, é o suficiente para atuar caso haja uma emergência. A fiscal ressalta, ainda, que caso o vírus seja detectado em território nacional, vai haver uma mobilização geral da secretaria para executar um plano de contingência, além da possibilidade de recrutamento ou transferência de fiscais de outros estados.

Já na fiscalização de rotina, a Seapdr atua de duas formas. A primeira é com o atendimento de casos suspeitos, sempre que são notificadas ocorrências de mortalidade de aves acima do normal, com investigações e, se necessário, coleta de material laboratorial. “Isso é uma rotina, então sempre que houver esses gatilhos de mortalidade ou então aves com sinais respiratórios e nervosos, a gente é acionado para atender”, relata Ananda. Já a segunda ocorre independentemente de notificações, com visitas às granjas e coleta de material para assegurar que não há presença do vírus.

Outro ponto de atenção do serviço veterinário oficial são criações de aves de subsistência, as chamadas de fundo de quintal'' em zonas de maior risco, próximas a sítios de aves migratórias, que no Rio Grande do Sul são o Parque Nacional da Lagoa do Peixe e a Estação Ecológica do Taim. “Essas regiões todo o ano recebem diversas espécies de aves migratórias e elas vêm justamente fugindo do inverno do hemisfério norte”, detalha a fiscal.

Assim, ela reforça as medidas de segurança essenciais para os avicultores, dentre elas a presença de telas e cercas para impedir a entrada de pássaros e roedores, desinfecção dos veículos que entram no local, uso de roupas e sapatos próprios para uso na granja e recomendação de que trabalhadores do local não tenham contato com aves de vida livre. Ela lembra, também, que o cuidado deve vir não só dos avicultores, mas também de qualquer pessoa que possa vir a detectar sinais clínicos respiratórios, nervosos ou digestivos em aves.


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