Semana Arrozeira de Alegrete debate perspectivas de mercado

Até o sábado (3 de junho), questões decisivas para o desenvolvimento da produção de arroz no Estado serão destaque na programação da 14ª Semana Arrozeira de Alegrete, com a participação de lideranças do setor e palestrantes de diferentes áreas de atuação. Organizado pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete, sob o tema central “Novos mercados e políticas públicas para o futuro da lavoura arrozeira”, o evento ocorre no Parque de Exposições Dr. Lauro Dornelles e no CTG Farroupilha.

Para esta quinta-feira, às 10h30, está prevista a reunião do Conselho de Desenvolvimento Agropecuário. Às 19h, o engenheiro agrônomo Lorenzo Dalcin Meus, membro da equipe FieldCrops e colaborador do Projeto Global Yield Gap and Water Productivity Atlas (GYGA), falará sobre o projeto “Rice Money Maker”, iniciativa coordenada por uma equipe da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Às 20h, ocorre a palestra do desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores, ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sobre o tema “A segurança jurídica para os empreendedores”.

Na sexta, a programação começa às 8h, com palestra do engenheiro agrônomo Luis Antônio de Leon Valente e do tecnólogo em agropecuária Roger Portela de Santis, sobre “Gestão da produção dentro da propriedade”. Às 14h, ocorre a Jornada Agronômica, que abordará tecnologias de levantamento de terreno e uso de ferramentas de geoprocessamento para projetos de drenagem e irrigação e implementação da rotação de cultivos em solos arrozeiros. Às 19h, os senadores Luis Carlos Heinze (PP) e Antônio Hamilton Martins Mourão (Republicanos) discutirão as “Ações do Senado para o Agronegócio”. No sábado, o destaque será o Baile do Arroz, com entrega do Troféu Taipeiro, às 20h30.

Segundo o presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Gustavo Thompson Flores, a proposta da Semana Arrozeira é trazer inovação aos produtores. Flores lembra que, em 2023, pelo segundo ano consecutivo, a região foi impactada por estiagem no verão, o que contribuiu para uma redução de 12% na produção de arroz do município. Para o resto do ano, o clima continua mobilizando as atenções do setor enquanto planeja o plantio da próxima safra – modelos climáticos apontam o possível retorno do fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e associado a chuvas intensas no Rio Grande do Sul.

“Neste momento, a maior preocupação é se vamos ter chuva durante o inverno e na primavera para recompor os reservatórios e poder plantar”, destaca Flores. O agricultor cita ainda a desvalorização do dólar frente ao real como um fator negativo para os exportadores de arroz, com impacto nas margens de rentabilidade de quem plantou a safra 2022/2023 sob custos de produção mais elevados do que os atuais.