Setor agropecuário divulga posicionamento para a COP27

Setor agropecuário divulga posicionamento para a COP27

CNA entregou ao governo federal, nesta terça-feira, propostas para a conferência ambiental que ocorre no Egito, em novembro

Camila Pessôa

Efetividade do mercado de carbono é uma das necessidades defendidas pela confederação

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Financiamento climático, mecanismos de adaptação e mercado de carbono estão entre os temas imprescindíveis para o setor agropecuário a serem levados para a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), entre os dias 6 e 18 de novembro, na cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito. Os temas foram levados pelo presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, aos ministros da Agricultura, Marcos Montes; do Meio Ambiente, Joaquim Leite; e das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, em evento on-line promovido pela entidade na manhã desta terça-feira.

Os assuntos foram trazidos em documento com cinco tópicos considerados fundamentais para o setor: “nova meta quantificada de financiamento climático”, sobre a utilização de fundos e outros mecanismos para financiar projetos que auxiliem no cumprimento de metas de redução de emissões; “mecanismos focados em adaptação”, tópico que reforça a importância do incentivos a esse tipo de prática, como a restauração da vegetação nativa e adoção de sistemas integrados, por exemplo; “Trabalho Conjunto de Koronívia sobre agricultura”, um pedido de criação do Comitê de Koronívia, idealizado pelo grupo de trabalho Trabalho Conjunto de Koronívia sobre Agricultura com o objetivo de debater sobre a união entre agropecuária inovação e sustentabilidade; “Operacionalizar os mecanismos de mercado de carbono do artigo 6”, tópico que refere-se ao artigo 6 do Acordo de Paris, em especial às partes que tratam da transferência internacional dos resultados da mitigação e da inclusão de créditos privados nas transações de Créditos de Redução de Emissões; e, por fim, o documento traz o tópico “recomendações de ordem geral aos negociadores brasileiros”, com apontamentos que a CNA considera importantes para todos os participantes brasileiros da COP27.

De acordo com o coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias Filho, a entidade acompanha as conferências há 12 anos e o objetivo do evento pré-COP é antecipar a discussão para dar oportunidade de todos os produtores rurais saberem o que se espera do evento e darem sugestões. Ananias Filho ressalta que todos os cinco temas tratados são importantes para evitar que a temperatura média da terra aumente 1,5º até 2100. Segundo ele, para que esse papel seja efetivo é preciso de financiamento, adaptação e que o mercado de carbono tenha efetividade. 

De acordo com Ananias Filho, esses temas já vinham sendo desenvolvidos durante todo o ano, desde a COP26, o que culmina em sua discussão agora, para debater os avanços e o que ainda precisa ser feito. “A COP é muito importante porque cria obrigações, mas também cria oportunidades, então o setor precisa se mostrar presente para que as ações sejam valorizadas e incentivadas”, ressalta o coordenador, destacando o papel central do agronegócio brasileiro no tema. “Nós somos reconhecidos como provedores de tecnologias e produção de alimentos menos emissores, também temos um dos códigos florestais mais rigorosos do mundo, isso já é implantado então o agro tem um papel muito grande e a CNA vai à COP atrás das oportunidades”, declara.


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