Governo federal deve reestruturar o Proagro para a safra 2024/2025

Governo federal deve reestruturar o Proagro para a safra 2024/2025

Alterações farão frente aos impactos das adversidades climáticas no campo, garantiu o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, durante o Show Rural Coopavel

Itamar Pelizzaro

Carlos Fávaro (D) e Neri Geller (E) foram recebidos pelo presidente da Coopavel, Dilvo Grolli

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O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller, afirmou, nesta quarta-feira, no Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), que o Plano Safra 2024/2025 deve apresentar mudanças no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Segundo ele, as alterações serão adotadas para fazer frente às demandas do campo em razão dos impactos causados pelas adversidades climáticas à produção agropecuária.

Geller adiantou que a União deve aumentar o volume de recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). O tema, segundo adiantou o secretário, já foi discutido com o Banco Central e com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. “Estamos bem alinhados para que a gente reestruture o Proagro e tire uma parte do recurso, que não é bem aplicado, para que o seguro possa ter mais dinheiro mesmo em momento de dificuldade quando o orçamento está muito apertado”, garantiu.

Segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, sancionada pelo residente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o PSR deverá ter R$ 964,5 milhões. No entanto, o item foi incluído entre as despesas não garantidas ou que podem sofrer alterações e voltará à pauta do Congresso em fevereiro, na análise dos vetos presidenciais às emendas parlamentares.

Mesmo assim, Geller está otimista quanto às mudanças legislativas necessárias e inerentes à reformulação do Proagro. De acordo com ele, que participou da abertura dos trabalhos deste ano, na Câmara dos Deputados, no início desta semana, houve a criação de uma “sinergia” com os parlamentares. “É isso que queremos, diálogo, convergência, desde o núcleo agrário até a Frente Parlamentar. Precisamos deixar de lado o ranço ideológico, parar de confusão, de briga”, comentou.

Geller acompanhou o titular do Mapa, Carlos Fávaro, na exposição, que reiterou a abertura de novos mercados internacionais para os produtos da agropecuária brasileira. O ministro, por sua vez, tentou desmistificar o papel do Estado na economia, defendendo a intervenção estatal na retomada dos estoques reguladores por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Estamos aqui, no Paraná, o berço do cooperativismo no Brasil, assim como em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. É um sistema tão perfeito que dá oportunidade para o pequeno e médio produtor e produtora ter competitividade em grande escala”, destacou Fávaro.


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