Sistema pode monitorar e identificar causas da mortandade de abelhas

Sistema pode monitorar e identificar causas da mortandade de abelhas

Projeto visa proteger abelhas no território gaúcho e deve envolver empresas fabricantes de agrotóxicos e governo estadual

Correio do Povo

Responsáveis pela polinização de cerca de 70% das espécies alimentícias de importância global, cerca de 480 milhões de abelhas morreram entre o final de 2018 e o início de 2019 no Rio Grande do Sul, de acordo com estimativas das associações de apicultores e pesquisadores

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Um sistema de monitoramento de abelhas poderá ser instalado no Rio Grande do Sul para identificar as causas da mortandade dos insetos. O projeto foi apresentado na semana passada pelos professores Betina Blochtein, da Pontifícia Universidade Católica, e Aroni Sattler, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em uma reunião on-line convocada pelo Ministério Público do Estado (MPE) para tratar da proteção das abelhas no território gaúcho.

Segundo Sattler, serão instalados apiários, com sensores, em diferentes regiões do Estado, com o objetivo de monitorar abelhas nativas com e sem ferrão. Nestes pontos, haverá coleta de material nos insetos, nos favos e no mel, em diferentes épocas do ano. A partir das amostras, se buscará saber se as eventuais mortes ocorreram por problemas de clima, doenças ou utilização de agrotóxicos no entorno. As informações serão transmitidas para um banco de dados, que poderá ser acessado pelas entidades e usado como referência para indicação de manejos adequados. Para que o projeto saia do papel, diz Sattler, será necessário que as empresas fabricantes de agrotóxicos ou o governo aloquem recursos. Segundo o MPE, as empresas terão 15 dias para manifestar interesse na adesão.

A reunião contou ainda com participação da Secretaria da Agricultura, Fepam, Farsul e empresas que fabricam e comercializam defensivos com o ingrediente ativo Fipronil, que vem sendo apontado como o maior causador da morte de abelhas no Estado.


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