USDA reduz projeção à compra chinesa de suínos

USDA reduz projeção à compra chinesa de suínos

Importações da proteína pelo gigante asiático devem recuar 8% em 2023, cenário já sentido no Brasil, que busca mercados alternativo

Camila Pessôa

Produção brasileira já busca novos mercados

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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês) projeta que a China deva reduzir as importações de suínos em 8% em 2023. Conforme relatório oficial, a perspectiva é que o país deva adquirir um total de 1,85 milhão de toneladas da carne no período, ante a estimativa de 1,99 milhão de toneladas para 2022. De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), o setor já esperava uma queda nas exportações da China em 2023 por conta de uma recuperação da crise da peste suína. Ao mesmo tempo, Folador lembra que a demanda chinesa já vem sendo substituída pelo crescimento de exportações para outros mercados, com abertura de países. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, o governo tem buscado reconhecimentos sanitários de zona livre de aftosa do Rio Grande do Sul e Paraná para abrir portas ao Estado em países como o Canadá, China, Japão, Coreia do Sul, República Dominicana e Chile. “A questão, no entanto, também depende dos outros países”, ressalva.

A perspectiva do USDA vem ao encontro da paulatina redução nas compras chinesas da proteína brasileira, verificada desde o início do ano pelo setor. Mas, mesmo assim, conforme Folador, os plantéis gaúchos não diminuíram de forma significativa. “Houve, sim, alguma redução, mas de forma mais significativa entre os produtores independentes, pois alguns não aguentaram a crise”, confirma. Para 2023, Folador também não aposta em redução de plantel, mas não a descarta. “Vai depender da intensidade com que a China diminuir as importações. Aí pode ocorrer pontualmente alguma redução, mas vejo isso como algo muito improvável”, projeta. 

Internamente, Folador comenta que a oferta está à frente da demanda, o que inviabiliza qualquer perspectiva de melhora da situação do setor até o final do ano. 


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