Usina de etanol de Passo Fundo poderá partir da produção máxima em 2024

Usina de etanol de Passo Fundo poderá partir da produção máxima em 2024

Presidente da BSBIOS, Erasmo Battistella disse na Federasul que empresa estuda antecipar processamento de 1.500 toneladas de grãos por dia já para a data de inauguração, prevista para daqui dois anos

Nereida Vergara

Battistella também destacou que a indústria de biodiesel não é contrária à importação do combustível, desde que o produto importado respeite o regramento imposto ao produto nacional

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A primeira usina de etanol em grande escala do Rio Grande do Sul, anunciada em junho pela BSBiOS, deverá iniciar a produção utilizando sua capacidade máxima. A informação foi divulgada ontem pelo presidente da empresa, Erasmo Battistella, durante o tradicional almoço “Tá na Mesa”, da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), em Porto Alegre. Segundo ele, a usina que será construída em Passo Fundo deverá começar a operar já processando 1.500 toneladas de grãos ao dia para uma capacidade de 210 milhões de litros de etanol ao ano, quantidade equivalente a 23% da demanda gaúcha pelo combustível. 

Os números eram previstos para ser alcançados somente em 2027, conforme divulgado no ato de lançamento da unidade. E praticamente dobram a meta inicial de produção, de 750 toneladas de grãos/dia para 100 milhões de litros do combustível/ano, durante a primeira fase de instalação da unidade, projetada para novembro de 2024. Batisttela previu o início das obras para junho de 2023, pois ainda depende da expedição de licenças ambientais e de implantação. Após obtê-las, a empresa precisará de mais 12 meses para implementar o projeto de engenharia do empreendimento.

Batisttela lembrou que o setor aguarda, a partir de janeiro, o retorno da legislação que determina o índice de mistura do biodiesel no diesel. "Estamos com índice de 10%, quando deveria ser de 14%, e isso impacta muito a indústria do RS", declarou. O tema vem ao encontro da consulta pública da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que começa hoje e vai até o dia 4 de novembro, sobre a importação de biodiesel para complementar produção nacional. Sobre isso, o executivo ressaltou que a indústria não é contrária à importação, mas desde que o produto importado atenda às mesmas exigências do nacional. “A consulta é positiva, pois há muito a ser debatido", disse. Ainda enfatizou que a BSBIOS, para exportar biodiesel, precisou obter várias certificações exigidas pelo mercado internacional e enfrentar políticas protecionistas de países importadores, onde altas taxas são cobradas. "Queremos que o biodiesel que entre no Brasil esteja de acordo com o regramento do Renovabio, ao qual estamos submetidos", comentou.


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