Venda de frutas natalinas diminui no atacado

Venda de frutas natalinas diminui no atacado

Alta dos custos de produção e de importações impactou comercialização de itens como pêssego, ameixa, cereja, romã, damasco e figo nas Ceasas

Patrícia Feiten

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O aumento dos custos de fretes e insumos e a inflação global, que impactou o preço dos produtos importados, deixaram mais caras as frutas tradicionalmente consumidas nas festas de fim de ano e reduziram o ritmo de comercialização no atacado. O dado é do 12º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta sexta-feira (16). 

De acordo com o boletim, os preços de frutas de caroço, como pêssego e ameixa, tiveram poucas oscilações ao longo do ano, mas continuaram acima dos verificados em 2021. No caso do pêssego, a quantidade total comercializada nas Ceasas do país caiu 16%, resultado atribuído à menor produção, à perda de renda da população brasileira e à redução das importações. Já produção de ameixa disponibilizada para venda nas centrais de abastecimento aumentou 9%. Apesar do pequeno aumento dos volumes importados e da produção interna na comparação com 2021, o mercado da fruta enfrenta dificuldades semelhantes às do pêssego, com tendência de alta dos preços.

No caso da cereja, outro item muito consumido nesta época do ano, a comercialização caiu 6% no conjunto das centrais analisadas pela Conab. A fruta é importada principalmente da Argentina e do Chile. Com a desvalorização do real e a consequente absorção da inflação internacional, o produto chegou com preços elevados no mercado atacadista. A comercialização da romã, cultivada em São Paulo, na Bahia e em Pernambuco, também vem caindo, em um reflexo da redução de cerca de 90% nas importações em relação a 2020 e das dificuldades financeiras do consumidor. 

Com relação ao figo, o boletim observa que apenas uma pequena parte do volume vendido no país vem do mercado externo. Mesmo assim, os preços subiram na maioria das centrais de abastecimento. No caso do damasco, as vendas nos entrepostos atacadistas caíram 31% até novembro de 2022 frente ao mesmo período do ano passado e as importações recuaram 3,85%. A fruta é fornecida principalmente pela Turquia, pelo Uzbequistão, pelo Irã e pela Argélia, cujas safras foram afetadas pela inflação global e, em parte, pela guerra entre Rússia e Ucrânia. 

Na contramão desses produtos, a uva deve chegar aos mercados de atacado e varejo com preços acessíveis, apesar da queda de 7% na comercialização no conjunto das Ceasas analisadas, informa o boletim da Conab.


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