Venda de peixes vai cair, mas receita deve crescer

Venda de peixes vai cair, mas receita deve crescer

Levantamento da Emater indica redução da oferta e da demanda nesta Semana Santa, com preços reajustados pelo aumento de custos

Carolina Pastl*

Estado deve ter 139 feiras físicas, como esta, que ocorre em Lajeado

publicidade

A expectativa de comercialização de peixes durante a Semana Santa, tradicional época de venda do produto no Estado, é quase 20% menor neste ano em relação a 2020 e fica próxima 2,4 mil toneladas, segundo projeção divulgada nesta quarta-feira pela Emater/RS-Ascar. O preço, no entanto, deve compensar parcialmente a redução do movimento para os piscicultores. O aumento de 8,24% para o valor médio do quilo – calculado em R$ 18,94 – deve gerar uma receita de R$ 46,2 milhões, com alta de 34,52% sobre o ano passado.

Para o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, João Sampaio, o cenário se deve à estiagem, que interferiu no desenvolvimento dos peixes durante o ano, à alta do dólar, que impactou no valor de componentes da ração, e às incertezas sobre a possibilidade de realização de feiras devido à pandemia da Covid-19. “Até 19 de março, os piscicultores não sabiam se haveria feiras por conta do decreto estadual em vigor. Com a autorização da cogestão foi possível organizar os eventos municipais”, explica.

Ainda que esteja ocorrendo a comercialização dos pescados, os formatos foram modificados por causa de restrições impostas pela crise sanitária. Em todo o Estado, a estimativa é de que, ao longo desta semana, estejam ocorrendo 139 feiras físicas e que 1.950 propriedades rurais e 1.276 locais de venda estejam comercializando virtualmente o produto, com retirada nas propriedades. Os números são menores que os do ano passado, também marcado pela pandemia, quando houve 218 feiras, 2.304 propriedades rurais e 1.699 locais de comercialização.

*Sob supervisão de Elder Ogliari


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895