Vendas de máquinas agrícolas caem 11,4% em fevereiro

Vendas de máquinas agrícolas caem 11,4% em fevereiro

Movimento de queda vem sendo observado desde novembro, aponta Abimaq

Camila Pessôa

Setor espera aportes do Governo Federal

publicidade

O valor total vendido em máquinas agrícolas no Brasil foi de R$ 5,034 bilhões no mês de fevereiro, 11,4% a menos que no mesmo mês de 2022, quando foi de R$ 5,6 bilhões, o que gera uma queda acumulada de 19,12% para o primeiro bimestre do ano. Mas esta queda tem ocorrido desde novembro, de acordo com o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão Bastos. Segundo ele, isso se ocorre porque não há mais recursos para o Plano Safra, cujos juros estavam em 12,5% para a linha de crédito Moderfrota e em 5,5% para o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

“E agora se a pessoa quiser comprar máquina sem financiamento ela tem que recorrer ao mercado e o mercado está entre 16% e 17% e aí o pessoal está achando meio caro esses juros e não quer fazer investimento”, pontua Bastos. Por isso, os compradores têm feito represamento de pedidos, ou seja, solicitam a máquina, mas congelam a compra na espera do novo Plano Safra, com previsão de lançamento no mês de junho ou julho. Isso torna o setor ansioso por um aporte de R$ 17 bilhões para todas as linhas de crédito do Plano Safra 2022/23 que, segundo Bastos, está sendo estudado pelo governo para ser lançado ainda em abril. 

“Desde novembro até fevereiro, quando começaram a cair as vendas, a média de queda foi de 20% em relação ao período de novembro e fevereiro do ano passado e, se não houver um aporte do plano safra, não tem chance de isso melhorar agora”, opina o dirigente. O setor também espera um incremento no valor destinado ao crédito para aquisição de máquinas no Plano Safra 2023/24. Em reunião com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, no dia 8 de março, a Abimaq solicitou que fossem investidos R$ 45 bilhões nessas linhas. “Seria o melhor dos mundos”, afirma Bastos.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895