A saúde bucal começa pela prevenção: saiba como buscar atendimento em Porto Alegre

A saúde bucal começa pela prevenção: saiba como buscar atendimento em Porto Alegre

Nesta quarta-feira é celebrado o Dia Mundial da Saúde Bucal

Cristiano Abreu

Unidade de Saúde Modelo é uma das referências em atendimento odontológico na Capital

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Nesta quarta-feira é celebrado o Dia Mundial da Saúde Bucal. A data foi estabelecida pela Federação Dentária Internacional (FDI) com o objetivo de inspirar mudanças de comportamento em prol do cuidado da saúde da boca. "A preocupação com a saúde bucal passa, também, pela prevenção”, destaca da cirurgiã-dentista Janaína Cortes Gomes.

A profissional, que atua na Unidade de Saúde Modelo, em Porto Alegre, chama atenção a cuidados para evitar os problemas mais comuns, como cáries, tártaro, gengivite e mau hálito, até mais complexos, como a perda de dentes, alterações na mastigação e, inclusive, a detecção do câncer de boca. A especialista destaca que, além dos cuidados individuais em casa, visitas regulares ao dentista são essenciais para manter saudável esta área do corpo. “A avaliação do profissional vai definir qual frequência cada paciente precisa manter”.

É a receita seguida pela dona de casa Sônia Proença, 67 anos. Moradora do Jardim Botânico, ela convida que mais pessoas busquem atendimento. “Todos devem, porque é importante”, completa.

Acesso à rede pública

Conforme a coordenadora de Saúde Bucal, Monica Hermann, o acesso aos tratamentos para moradores da Capital ocorre por meio da unidade de saúde de referência de cada paciente, onde são realizadas avaliação e atendimentos de menor complexidade como limpezas (remoção de placas bacterianas e de tártaro). A marcação de consultas é feita pelo Aplicativo 156 + Poa e nas unidades básicas.

São 206 equipes atendendo em 104 unidades de saúde que realizam em média 12 consultas por dia. E 16 unidades ofertam atendimento com horário ampliado até 22h. A rede também atende a pacientes com deficiência e odontopediatria.

Porto Alegre mantém centros de especialidades odontológicas no IAPI, Santa Marta, Bom Jesus, Vila dos Comerciários, Ufrgs e Grupo Hospitalar Conceição. Nestes locais são oferecidos endodontia (tratamento de canal), cirurgias e encaminhamento de próteses dentárias móveis. Após concluir o tratamento estabelecido nestes centros, os pacientes seguem acompanhados pelas equipes de saúde bucal das unidades de referência, conforme bairro de residência.

O município mantém dois atendimentos para casos de urgência. Na Cruzeiro do Sul o serviço é oferecido 24 horas, sete dias por semana. Na Upa Zona Norte ocorre de segunda a sábado, entre 7h e 18h.

Conforme a coordenadora, o município foca em ações de promoção à saúde bucal em escolas e com a população em geral. São campanhas para a prevenção ao câncer boca, incentivo à alimentação saudável e redução do tabagismo, além de programas para quem quer deixar de fumar.

Fila de espera

De acordo com a Prefeitura de Porto Alegre, não há espera prolongada para a marcação de consultas nas unidades básicas. Contudo a realidade é diferente quando o paciente busca atendimento em especialidades. O morador da Capital pode aguardar até um ano por endodontia, por exemplo. Das 11.765 pessoas na fila de especialidades, 4.773 esperam tratamento de canal.

Outro gargalo está nas próteses. São 5.064 à espera, diante de apenas 230 distribuídas por mês.

Como está estruturada a rede no Brasil

Em maio do ano passado o governo federal regulamentou a Política Nacional de Saúde Bucal, também conhecida como Brasil Sorridente, que passou a ser parte da Lei Orgânica da Saúde. Com isso, o acesso a atendimento odontológico no Sistema Único de Saúde (SUS) passou a ser obrigatório. Deste modo, a atenção em saúde bucal é estruturada a partir das Unidades Básicas de Saúde (UBS), unidades de Saúde da Família, unidades odontológicas móveis, centros de especialidades odontológicas e hospitais.

Além desses serviços, o Programa Brasil Sorridente passou a contar com 552 laboratórios regionais de prótese dentária. Ao todo, 805 municípios brasileiros também foram contemplados com os novos serviços e equipes de saúde bucal. Desses, 85 municípios receberão equipes de saúde bucal pela primeira vez.

De acordo com o Ministério da Saúde, 33,3 mil equipes atuam no país, e a expectativa é alcançar 59,7 mil equipes até o fim de 2026.

Prevenção de problemas

Consultas regulares permitem que o dentista identifique problemas dentários em estágios iniciais. Isso inclui cáries, doenças gengivais e outras condições. "Quanto mais cedo um problema com a saúde bucal for detectado, mais fácil e menos dispendioso será tratá-lo", explica a cirurgiã-dentista e coordenadora de Saúde Bucal do Sesc/RS, Aline Gagliardi Mota.

Limpeza profissional

Mesmo com uma boa higiene bucal em casa, há áreas da boca que são difíceis de alcançar com os instrumentos que temos em casa. "O dentista realiza uma limpeza profissional, removendo placa bacteriana e tártaro, o que ajuda a prevenir doenças gengivais e as cáries, que são o principal problema de saúde bucal dos brasileiros", aponta a dentista.

Aconselhamento personalizado

O dentista pode fornecer orientações específicas para a saúde bucal com base nas necessidades individuais de cada paciente. "Isso inclui, inclusive, dicas sobre escovação, uso do fio dental, dieta e outros cuidados", destaca Aline.

Detecção precoce de câncer de boca

Durante as consultas, o dentista verifica sinais de câncer de boca, doença que afeta os lábios e o interior da cavidade oral. A detecção precoce aumenta as chances de tratamento bem-sucedido. Dados do Atlas da Mortalidade por Câncer (SIM), apontam que 6.338 pessoas morreram em decorrência do tumor no Brasil em 2021.


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