Atendimento da Atenção Primária à Saúde infantil é melhor avaliado no Rio Grande do Sul

Atendimento da Atenção Primária à Saúde infantil é melhor avaliado no Rio Grande do Sul

Questionário do IBGE foi aplicado aos responsáveis pela saúde das crianças menores de 13 anos

Felipe Samuel

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Para avaliar o atendimento dos em Unidades Básicas de Saúde ou Unidade de Saúde Familiar, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, realizou pela primeira vez o módulo da PNAD Contínua sobre a Atenção Primária à Saúde Infantil. O questionário foi aplicado aos responsáveis pela saúde das crianças menores de 13 anos de idade que tiveram pelo menos um atendimento em postos de saúde.  

Os resultados divulgados nesta quarta-feira indicaram que os cuidadores das crianças que acessavam o SUS no Rio Grande do Sul atribuíram a maior nota aos serviços da Atenção Primária Infantil, com 41 pontos, acima da média no país, que ficou em 28. Em segundo lugar, Piauí e Maranhão, que deram nota 36. No Estado, 1,6 milhão de crianças menores de 13 anos utilizaram algum tipo de atendimento em algum serviço da Atenção Primária à Saúde nos últimos 12 meses anteriores à entrevista, e 57,2% dos responsáveis pela saúde da criança atendida atribuíram ao serviço nota 9 ou 10. 

Conforme o IBGE, em todos os recortes geográficos, o indicador de satisfação da utilização dos serviços de saúde nas UBS e USF ficou entre 0 e 50, sinalizando uma avaliação positiva e, contudo, uma necessidade de aperfeiçoamento. Foram avaliados os fatores que os responsáveis levavam em consideração em sua avaliação. Os principais foram a atuação dos profissionais (35,7%) e a forma que esses profissionais acolheram a criança (32,4%). Juntos, os dois quesitos somaram mais de dois terços dos motivos citados. 

Outro fator lembrado foi o tempo de atendimento, com 23,2%. A pesquisa, realizada no segundo trimestre de 2022, mostrou que 87,1% das crianças menores de 13 anos de idade tinham o pai ou a mãe como responsável pelos cuidados da saúde. Os responsáveis entrevistados atribuíram uma nota ao serviço, com base em algum atendimento recebido nessas unidades nos 12 meses anteriores à entrevista.

Conforme a coordenadora das Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy, nessa primeira abordagem, as pessoas que buscam os serviços de saúde são cadastradas e acompanhadas. “A pesquisa foi realizada utilizando instrumentos de avaliação da atenção primária à saúde, considerada a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma. No Brasil, a Atenção Primária à Saúde é desenvolvida em todos os municípios.

Ela explica que o módulo de Atenção Primária à Saúde da PNAD Contínua é uma versão do Primary Care Assessment Tool (PCATool), instrumento internacional de pesquisa, utilizado por diversos países e validado pelo Ministério da Saúde no Brasil. Neste módulo, são avaliados alguns atributos da Atenção Primária à Saúde para pacientes menores de 13 anos de idade, com escores de avaliação variando de 0 a 10. “Um escore igual ou acima de 6,6 aponta que os serviços ofertados estão orientados para atender com qualidade”, observa. 

Os atributos essenciais avaliados por este módulo da PNAD Contínua foram: facilidade de acesso no primeiro contato; longitudinalidade, isto é, regularidade do serviço de saúde ao longo do tempo e relação humanizada entre equipe de saúde e pacientes; coordenação, ou seja, continuidade da atenção, com reconhecimento dos problemas que requerem acompanhamento constante; entre outros.

Conforme a pesquisa, em 2022, o Brasil tinha 38 milhões de crianças menores de 13 anos de idade em sua população e 82,9% destas crianças (ou 31,5 milhões) foram atendidas por algum dos serviços de atenção primária à saúde no período de referência da pesquisa. Cerca de 47,6% dos responsáveis pelas crianças atendidas deram nota 9 ou 10, numa escala onde “0” é não recomendaria o serviço e “10” com certeza recomendaria.

A PNAD também investigou o atendimento recebido pelas 4,1 milhões de crianças com até 13 anos que realizaram ao menos duas consultas com o mesmo médico em Unidade Básica de Saúde ou Unidade de Saúde da Família. A pesquisa aponta que o escore geral da Atenção Primária à Saúde infantil ficou abaixo do padrão-mínimo de qualidade, cujo escore é 6,6, em todos os estados. Mato Grosso é o estado com melhor avaliação nesse quesito, com escore 6,4. O RS aparece apenas em quinto, com 6,0.

A pesquisa mostra que cerca de 75% das crianças de menos de 13 anos do país (28,4 milhões) realizaram uma consulta médica nos últimos 12 meses anteriores à data da entrevista. Segundo Adriana, no Sul, os problemas respiratórios ou de garganta lideram o motivo de consultas. “A própria característica do clima na região, mais fria, pode ajudar a explicar. Crianças são mais impactadas com sintomas respiratórios associados às temperaturas mais baixas na Região Sul do país”, explica.


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