Câmara de Vereadores discute problemas do Instituto de Cardiologia

Câmara de Vereadores discute problemas do Instituto de Cardiologia

Usuários relatam falta de equipamentos e de atendimento médico

Felipe Samuel

Câmara de Vereadores realizou reunião com representantes do Cardiologia e da Secretaria Estadual da Saúde (SES)

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Referência de atendimento em Porto Alegre, o Instituto de Cardiologia (IC) enfrenta dificuldades financeiras. Devido às reclamações de usuários, que alegam falta de atendimento médico e de equipamentos, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) e a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara de Vereadores realizou nesta terça-feira reunião com representantes do Cardiologia e da Secretaria Estadual da Saúde (SES) para discutir alternativas para o hospital.

Transplantado há 12 anos, o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comdepa), Nélson Khalil, afirma que o hospital passa por sérios problemas de gestão. “Há falta de marca-passo. Tivemos casos de pessoas que não fizeram cirurgia para colocar marca-passo, mesmo com ação judicial, porque o hospital não tinha dinheiro para comprar marca-passo. Isso nunca aconteceu antes”, afirma. “Fui marcar consulta psiquiátrica e marcaram para daqui oito meses, ou seja, só no ano que vem”, completa.

Proponente da reunião e integrante da Cedecondh, o vereador Alvoni Medina (Republicanos) explica que muitos transplantados procuraram ajuda em seu gabinete por conta da situação do hospital. Conforme Medina, os usuários relatam falta de atendimento médico e de equipamentos. “Várias pessoas estão nos procurando preocupadas porque chegam lá e não tem equipamentos. É uma situação de risco de vida para as pessoas. Elas não podem ficar esperando que comprem equipamentos”, observa.

Segundo Medina, usuários informaram que entraram na Justiça, mas não tiveram as demandas atendidas. O presidente da Cosmam, vereador José Freitas (Republicanos), afirma o hospital passa por dificuldades financeiras em função da redução de repasses do Ministério da Saúde. “Em vários estados e municípios foi reduzido, afetando diretamente o Instituto de Cardiologia. E automaticamente não podem comprar material e coisas básicas para fazer uma cirurgia do coração como, por exemplo, marca-passo. São equipamentos fundamentais que têm que ter no Cardiologia”, completa.

Diretor do Instituto de Cardiologia, Gustavo Glotz Lima reconhece que a instituição enfrenta dificuldades. Conforme Lima, as cirurgias cardíacas realizadas nos últimos cinco anos diminuíram de 3,5 mil para 2,7 mil. Ele destaca que a receita bruta de Porto Alegre caiu de R$ 147 milhões para R$ 135 milhões.  


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