Calor e umidade favorecem riscos de acidentes com animais peçonhentos

Calor e umidade favorecem riscos de acidentes com animais peçonhentos

Em dez dias, HPS de Porto Alegre atendeu 32 picadas de aranha, cinco de escorpião e cinco mordidas de cobra

Paula Maia

A picada da aranha-armadeira é bastante dolorida e pode causar sudorese e vômitos

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O calor e a umidade favorecem os riscos de acidentes com animais peçonhentos. Cobras, aranhas, escorpiões e outros podem provocar ferimentos e até a morte em casos mais graves. No Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS), nos primeiros 10 dias de 2024, foram registradas 32 picadas de aranha, cinco de escorpião e cinco mordida de cobra. Onze casos foram de animais desconhecidos ou de menor relevância, como insetos e lagartas.

No Rio Grande do Sul, a aranha-armadeira e a aranha-marrom são as mais comuns. A picada da aranha-armadeira é bastante dolorida e pode causar sudorese e vômitos. Elas abrigam-se sob troncos, palmeiras, bromélias e entre folhas de bananeira. Podem se alojar também em sapatos, atrás de móveis, cortinas, vasos, entulhos e materiais de construção.

Já aranha-marrom é mais comum de encontrar dentro das casas. Geralmente elas picam quando comprimidas contra o corpo. A picada é indolor e alguns casos podem evoluir por uma necrose, que pode acontecer em até dois dias depois. Esse aracnídeo é facilmente encontrado nas regiões de Caxias do Sul e Pelotas.

A bióloga do Centro de Informação Toxicológica (CIT) do Rio Grande do Sul Katia Moura alerta que os incidentes com os animais peçonhentos devem ser comunicados pelo telefone 08007213000 que funciona 24 horas, todos os dias. Nesse canal serão informados as primeiras orientações.

“Tem muitas espécies de aranhas e de escorpiões. Então é importante a gente conseguir identificar rapidamente”, justifica.

Katia ressalta que a picada de um escorpião sempre vai causar dor e é muito importante identificar o animal.

“Aqui no Estado escorpião preto que é o mais comum, é nativo. A picada é caracterizada por uma dor forte, um pouco de edema, nada mais que isso. Tem que ter cuidado com o escorpião amarelo, um animal que não tínhamos aqui. Além do quadro de dor local, edema, eritema, ele pode causar alterações cardíacas e edema de pulmão. Pode evoluir para um caso grave, principalmente em crianças”.

Na grande Porto Alegre, o HPS é referência para atendimento em acidentes com animais peçonhentos. O soro antiaracnídico, enviado pelo Ministério da Saúde, é distribuído para as 18 coordenadorias regionais de saúde.

“Cada região vai ter uma sede de coordenadoria que vai ter tipos de soro. Outros municípios maiores terão alguns tipos de soro. Mas de acordo com as estratégias os pacientes vão para os municípios maiores ou são buscados de ambulância. Enfim o Estado tem uma boa rede de distribuição de soro”, explica.

Cuidados após o contato com algum animal peçonhento:

  • Lavar o local da picada/local afetado com água e sabão
  • Manter a vítima em repouso
  • Remover anéis, pulseiras, braceletes e outros adornos
  • Procurar o serviço médico mais próximo
  • Se possível, levar foto/vídeo ou o próprio animal (mesmo morto) para identificação

Ações que não devem ser tomadas:

  • Não fazer torniquete, garrote ou amarrar o membro afetado
  • Não cortar ou perfurar o local da picada
  • Não colocar folhas, pó de café, terra ou outros contaminantes no local
  • Não oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos à vítima



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